1 Não é preciso muito esforço para notar de que é
feito o cotidiano de um indivíduo brasileiro
socioeconomicamente privilegiado. Os assuntos da vida
4 privada são, de longe, os que dominam qualquer outro tipo
de preocupação. No entanto, o cuidado excessivo com o
bem-estar não apenas realimenta a cultura do alheamento
7 como reduplica-se em irresponsabilidade para consigo.
A rede de atendimento aos “famintos de felicidade”
tornou-se um negócio rendoso, e os usuários, para mantê-la,
10 exigem mais exploração dos que já são superexplorados.
Quem vive permanentemente na infelicidade não pode olhar
o outro como alguém com quem possa ou deva preocupar-se.
13 O sentimento íntimo de quem padece é de que o mundo lhe
deve alguma coisa, e não de que ele deva qualquer coisa ao
mundo. O “comércio de felicidade” é orquestrado de tal
16 modo que o sentimento de deficiência, escassez ou privação
pede sempre mais dinheiro e mais atenção para consigo,
como meio de evitar a presença avassaladora das frustrações
19 emocionais.
Jurandir Freire. A ética democrática e seus inimigos – o lado privado da violência
pública. In: Ari Roitman (Org). O desafio ético, 2000, p. 83-4 (com adaptações).
Com base nas ideias e estruturas do texto , julgue o(s) item(ns) a seguir:
Depreende-se da argumentação do texto que os principais componentes do “cotidiano de um indivíduo brasileiro socioeconomicamente privilegiado” (L.2-3) são o alheamento e a busca pela felicidade.
Certa. |
Errada. |
Em “de longe” (L.4), a substituição da preposição por ao mantém o respeito às regras gramaticais, mas altera as relações de significação no período sintático.
Certa. |
Errada. |
Mantêm-se o respeito às regras gramaticais e a coerência entre os argumentos ao reescrever-se o trecho “não apenas realimenta a cultura do alheamento como reduplica-se” (L.6-7) da seguinte forma: não realimenta a cultura do alheamento, mas reduplica-se.
Certa. |
Errada. |
As aspas utilizadas nas linhas 8 e 15 servem para realçar o uso metafórico ou figurado da linguagem, conferindo-lhe também, pelo exagero, um valor de ironia.
Certa. |
Errada. |
De acordo com o desenvolvimento do texto, na linha 11 é obrigatório o uso da flexão de singular em “pode” para que essa forma verbal concorde com “Quem” (L.10).
(Questão anulada)Certa. |
Errada. |
Na linha 12, a substituição da preposição “com”, exigida pelo verbo “preocupar-se”, pela preposição em preservaria a coerência do texto e o respeito às normas gramaticais.
Certa. |
Errada. |
A organização dos argumentos no texto mostra que o pronome “consigo” (L.17) retoma “Quem” (L.11).
Certa. |
Errada. |
1 O homem como ser humano não exclusivamente
natural, para legitimar-se no interior da própria história,
expressa-se em uma forma de organização social criada pelo
4 moderno sistema econômico de propriedade privada, em que
há uma nova confirmação dos poderes humanos e um novo
tipo de enriquecimento. O sentido e o significado históricos
7 nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se
atribuir as riquezas e os objetos da produção às necessidades
vitais humanas, ou seja, sob a égide da propriedade privada
10 não se transformam as necessidades em verdadeiras
necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o
capricho transforma-se em extravagância. As verdadeiras
13 necessidades se transformam na necessidade do dinheiro e
nas necessidades quantitativas e subjetivas que ele mesmo
produz.
Valdir Alvim. Dinheiro: instituição social relevante na sociedade
moderna. In: EmTese, v. 1, n.º 1 (1), p. 11 (com adaptações).
Com relação ao texto , julgue o(s) item(ns) que se segue(m):
Do uso da conjunção “como” (L.1) subentende-se, na argumentação do texto, uma comparação entre “homem” (L.1) e “organização social” (L.3).
Certa. |
Errada. |
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