Leia o texto, para responder às questões de números 06 a 09.
A República dos Estados Unidos da Bruzundanga tinha,
como todas as repúblicas que se prezam, além do presidente
e juízes de várias categorias, um Senado e uma Câmara de
Deputados, ambos eleitos por sufrágio direto e temporários
ambos, com certa diferença na duração do mandato: o dos
senadores, mais longo; o dos deputados, mais curto.
O país vivia de expedientes, isto é, de cinquenta em cinquenta
anos descobria-se nele um produto que ficava sendo
a sua riqueza. Os governos taxavam-no a mais não poder, de
modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decreta-
ção de impostos sobre produtos semelhantes, acabavam, na
concorrência, por derrotar a Bruzundanga; e, assim, ela fazia
morrer a sua riqueza, mas não sem os estertores de uma valorização
duvidosa. Daí vinha que a grande nação vivia aos solavancos,
sem estabilidade financeira e econômica; e, por isso
mesmo, dando campo a que surgissem, a toda hora, financeiros
de todos os seus cantos e, sobretudo, do seu parlamento.
Naquele ano, isto dez anos atrás, surgiu na sua Câmara
um deputado que falava muito em assuntos de finanças, or-
çamentos, impostos diretos e indiretos e outras coisas cabalísticas
da ciência de obter dinheiro para o Estado.
Chamava-se o deputado Felixhimino ben Karpatoso. Se
era advogado, médico, engenheiro ou mesmo dentista, não
se sabia bem; todos tratavam-no de doutor, embora nada se
conhecesse dele.
(Lima Barreto, Um grande financeiro. Os bruzundangas. Adaptado)
Assinale a alternativa que reescreve passagem do
texto respeitando a norma-padrão de concordância verbal
e nominal.
a)
Bastava cinquenta anos para que fosse descoberto no país produtos novos, que acabava sendo a riqueza do país. |
b)
Os mandatos de senador e deputado durava tempo diferente, sendo mais longos o dos primeiros. |
c)
Na Bruzundanga haviam Senado e Câmara de Deputados, que o povo, em massa, apoiavam confiantes. |
d)
Naquele ano, isto já faziam dez anos, surgiu um deputado muito bem falante em assuntos financeiros. |
e)
Todas as repúblicas que se prezam possuem Senado e Câmara escolhidos pelos cidadãos, o mais possível confiantes em seus representantes. |
Leia o texto, para responder à questão.
O filho de um amigo é negro. Outro dia, na escola, a professora chamou sua atenção e disse: “Você está na minha lista negra”. Meu amigo fez uma reclamação à coordenadora da escola, por entender que a expressão é racista. Por que a lista é “negra”?
Palavras e expressões racistas fazem parte do repertório cotidiano sem que, muitas vezes, a gente tenha consciência do que realmente está dizendo. Eu mesmo me surpreendo dizendo coisas que não quero, por força do hábito. Ainda se ouve “amanhã é dia de branco”, “a coisa tá preta”. Nos anúncios de emprego, pedia-se “boa aparência”. Uma forma de dizer que negros não seriam aceitos?
Continuamos a usar termos racistas. A linguagem forma as pessoas, molda o modo de pensar. Não aceito mais essas palavras e expressões, policio meu vocabulário. É preciso reaprender a falar.
(Walcyr Carrasco, “Uma linguagem racista”. Veja, 31.07.2019. Adaptado)
É correto afirmar que o autor
a) constata existir justa censura a comentários racistas feitos nas escolas.
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b) sugere que é a intenção de ofender que agride, não as palavras empregadas.
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c) defende posturas pessoais que evitem o emprego de expressões ofensivas.
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d) condena o racismo por entender que ele deturpa a linguagem cotidiana.
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e) reafirma preconceitos que se expressam propositadamente pela linguagem.
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Leia o texto, para responder à questão.
O filho de um amigo é negro. Outro dia, na escola, a professora chamou sua atenção e disse: “Você está na minha lista negra”. Meu amigo fez uma reclamação à coordenadora da escola, por entender que a expressão é racista. Por que a lista é “negra”?
Palavras e expressões racistas fazem parte do repertório cotidiano sem que, muitas vezes, a gente tenha consciência do que realmente está dizendo. Eu mesmo me surpreendo dizendo coisas que não quero, por força do hábito. Ainda se ouve “amanhã é dia de branco”, “a coisa tá preta”. Nos anúncios de emprego, pedia-se “boa aparência”. Uma forma de dizer que negros não seriam aceitos?
Continuamos a usar termos racistas. A linguagem forma as pessoas, molda o modo de pensar. Não aceito mais essas palavras e expressões, policio meu vocabulário. É preciso reaprender a falar.
(Walcyr Carrasco, “Uma linguagem racista”. Veja, 31.07.2019. Adaptado)
No texto, o racismo expresso na linguagem
a) restringe-se ao contexto de uma cor de pele.
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b) limita-se a uma situação específica da vida.
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c) concentra-se no ambiente escolar.
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d) atinge diferentes etnias no mundo.
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e) exclui pessoas de diferentes classes sociais.
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Leia o texto, para responder à questão.
O filho de um amigo é negro. Outro dia, na escola, a professora chamou sua atenção e disse: “Você está na minha lista negra”. Meu amigo fez uma reclamação à coordenadora da escola, por entender que a expressão é racista. Por que a lista é “negra”?
Palavras e expressões racistas fazem parte do repertório cotidiano sem que, muitas vezes, a gente tenha consciência do que realmente está dizendo. Eu mesmo me surpreendo dizendo coisas que não quero, por força do hábito. Ainda se ouve “amanhã é dia de branco”, “a coisa tá preta”. Nos anúncios de emprego, pedia-se “boa aparência”. Uma forma de dizer que negros não seriam aceitos?
Continuamos a usar termos racistas. A linguagem forma as pessoas, molda o modo de pensar. Não aceito mais essas palavras e expressões, policio meu vocabulário. É preciso reaprender a falar.
(Walcyr Carrasco, “Uma linguagem racista”. Veja, 31.07.2019. Adaptado)
No 1o parágrafo, a substituição do pronome “sua” na passagem “Outro dia, na escola, a professora chamou sua atenção...” será correta, clara e coerente com o contexto
se a redação do trecho destacado for:
a) ... a professora lhe chamou a atenção dele
|
b) ... a professora chamou a atenção para o negro
|
c) ... a professora o chamou a atenção
|
d) ... a professora chamou a atenção para meu amigo
|
e) ... a professora chamou a atenção do aluno
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Leia o texto, para responder à questão.
O filho de um amigo é negro. Outro dia, na escola, a professora chamou sua atenção e disse: “Você está na minha lista negra”. Meu amigo fez uma reclamação à coordenadora da escola, por entender que a expressão é racista. Por que a lista é “negra”?
Palavras e expressões racistas fazem parte do repertório cotidiano sem que, muitas vezes, a gente tenha consciência do que realmente está dizendo. Eu mesmo me surpreendo dizendo coisas que não quero, por força do hábito. Ainda se ouve “amanhã é dia de branco”, “a coisa tá preta”. Nos anúncios de emprego, pedia-se “boa aparência”. Uma forma de dizer que negros não seriam aceitos?
Continuamos a usar termos racistas. A linguagem forma as pessoas, molda o modo de pensar. Não aceito mais essas palavras e expressões, policio meu vocabulário. É preciso reaprender a falar.
(Walcyr Carrasco, “Uma linguagem racista”. Veja, 31.07.2019. Adaptado)
É correto afirmar que, na frase final do 1° parágrafo “Por que a lista é “negra?”, a escolha da forma interrogativa tem o objetivo de
a) destacar o desconforto do autor com o uso da palavra “negra”, o que ele reforça, colocando-a entre aspas.
|
b) questionar o leitor acerca da atitude da professora ao fazer referência à cor da pele do aluno pela palavra entre aspas.
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c) expressar a opinião pública acerca do uso de uma palavra que não deveria estar entre aspas.
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d) pôr em dúvida a necessidade de sinalizar a palavra com aspas, pois ela não tem sentido negativo.
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e) buscar uma resposta efetiva para a pergunta que o incomoda, tendo em vista o sentido que atribui à palavra entre aspas.
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Leia o texto, para responder à questão.
Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia.
Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade. Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.
Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.
(Rubem Braga, “Quinca Cigano”. Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)
De acordo com o texto, é correto afirmar que o narrador
a) conta as desventuras de uma família habituada a caçar pássaros e matar bichos brasileiros.
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b) discute os problemas decorrentes da falta de ação das autoridades para cercear a ação dos caçadores de pássaros.
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c) opina favoravelmente à prática da caça de pássaros atraídos pela habilidade da família Coelho.
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d) apoia a ação de parte de sua família, que faz segredo do fato de criar pios para atrair e caçar mulher.
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e) comenta a arte de uma família, consistente em fazer instrumentos para imitar o piado dos pássaros, para atraí-los.
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Leia o texto, para responder à questão.
Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia.
Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade. Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.
Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.
(Rubem Braga, “Quinca Cigano”. Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)
O dado que leva o narrador a destacar a importância do município de Cachoeiro de Itapemirim é
a) a existência de equipes de ouvidores da prefeitura que anotam os pios de aves.
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b) a quantidade de pios fabricados por ano pela família Coelho, que chega a milhares.
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c) a ilha em que moram os Coelho, bem à beira da cachoeira que dá nome à cidade.
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d) a sensibilidade dos que transformam os pios de aves em obras de arte.
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e) o registro dos inúmeros assassinatos cometidos no município pelos imitadores de pios.
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Leia o texto, para responder à questão.
Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia.
Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade. Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.
Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.
(Rubem Braga, “Quinca Cigano”. Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome destacado pode ser colocado antes ou depois do verbo, segundo a norma-padrão.
a)
Trata-se de pios feitos para caçadores. |
b)
E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino... |
c)
... não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros... |
d)
... na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado... |
e)
... devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. |
Leia o texto, para responder à questão.
Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia.
Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade. Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.
Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.
(Rubem Braga, “Quinca Cigano”. Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)
As expressões destacadas em “Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses” podem ser, correta e respectivamente, substituídas, sem prejuízo de sentido por:
a) Mesmo que ... entretanto
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b) Desde que ... assim
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c) Quando ... porque
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d) Embora ... pois
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e) Enquanto ... porém
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Leia o texto, para responder à questão.
Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o leitor distraído: 25 379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia.
Trata-se de pios feitos para caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à cidade. Trata-se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio Itapemirim.
Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que nunca me deram um pio desses. Nem quero.
(Rubem Braga, “Quinca Cigano”. Elenco de cronistas brasileiros modernos. Adaptado)
No contexto em que se encontra, a afirmação do narrador “Famosa caçada é essa, em que não raro é o caçador a presa da caça” expressa a ideia de que,
a) muitas vezes, a mulher se deixa prender pelo homem.
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b) sempre que pode, o homem acaba se deixando prender pela mulher.
|
c) frequentemente, a mulher é que acaba prendendo o homem.
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d) quando pode, a mulher faz do homem uma presa fácil.
|
e) ocasionalmente, o caçador acaba prendendo sua caça.
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