À medida que se expandia o Império Romano, a administração adaptava o esquema de construção de estradas nas novas províncias. No seu apogeu, a rede viária romana principal atingiu, consideradas as vias secundárias, cerca de 150.000 km. Os comerciantes romanos perceberam logo o interesse desses eixos viários. Distintamente de outras civilizações mediterrâneas que fundaram o seu desenvolvimento comercial quase unicamente a partir dos seus portos, os romanos utilizaram a sua rede de estradas em paralelo à sua frota comercial. Essa medida favoreceu os intercâmbios no interior do continente, provocando uma expansão mercantil fulgurante. Regiões inteiras especializaram-se e comerciaram entre si, principalmente vinho, azeite, cereais, cerâmicas e carnes.
Internet: (com adaptações).
De acordo com o texto, verifica-se que:
a)
o apogeu do Império Romano está associado à construção de estradas, em detrimento do desenvolvimento das vias portuárias. |
b)
as conquistas territoriais do Império Romano foram acompanhadas de condições favorecedoras de atividades comerciais. |
c)
a conquista política de territórios pelo Império Romano era fruto do patrocínio dos comerciantes. |
d)
todas as civilizações mediterrâneas, excetuando-se a romana, privilegiavam o comércio marítimo. |
e)
o principal interesse da administração romana era o comércio no continente, com regiões cuja produção era especializada. |
Considerando que os fragmentos de texto incluídos nas opções, na ordem em que são apresentados, são partes sucessivas de um texto adaptado (Internet: ), assinale a opção em que foram atendidas as normas da língua padrão escrita:
a)
À proporção em que o Império Romano conquistou territórios, as novas províncias seriam contempladas com estradas, as quais eram construídas com base em esquema já adotado em outras localidades. |
b)
No auge da dominação dos romanos, na região mediterrânea o principal complexo viário do Império, media, inclusive com as estradas marginais, aproximadamente 150.000 quilômetros. |
c)
Os comerciantes romanos vislumbram a vantagem dessa obra para o desenvolvimento comercial e diferente de outros povos do Mediterrâneo, utilizaram as estradas para aumentarem o lucro de sua atividade. |
d)
Esse fato incrementou as transações comerciais no interior continental, o que acarretou vigorosa expansão mercantil do Império Romano e comércio especializado em determinados produtos. |
e)
O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos, passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros. |
Assinale a opção em que o trecho apresentado atende plenamente às normas gramaticais:
a)
Até 400 a.C., os romanos utilizavam caminhos de terra para deslocar-se da sua capital as cidades vizinhas. O ataque gaulês de Breno, em 390 a.C., que se revelou desastroso para os romanos, mostrou a ineficácia do sistema defensivo de Roma, devido principalmente a lentidão de movimentação das tropas sobre o que eram apenas caminhos pouco aptos para eles se moverem. |
b)
A necessidade de melhor defesa, associada à vontade de expansão e de hegemonia sobre a Itália, levou a República Romana, ainda frágil e ameaçada, a pôr em questão estruturas escassamente adaptadas a esses desejos. Eram necessárias rotas sólidas que permitissem a circulação mais rápida e segura, mas, sobretudo, que facilitassem a mobilidade das tropas. |
c)
A primeira via em território do Império Romano foi criada em 312 a.C. por Ápio Cláudio Cego, para unir Roma à cidade de Cápua e fora denominada Via Ápia. Em finais da República, o conjunto do território da península italiana estava dotada com grandes arterias, ostentando cada rota o nome do censor que a criara. Essas vias não estavam pavimentadas, salvo no interior das cidades. |
d)
Os romanos destacaram-se como engenheiros. Suas obras estenderam-se por todo Império, e grande parte da divulgação se deveu a extensa rede viária. Apesar de não oferecer o conforto do asfalto dos dias de hoje, dado que as rochas de basalto não proporcionam grande continuidade e suavidade ao terreno, a verdade é que, essas rochas encontram-se 2.000 anos depois, ainda bem fixadas nos percursos. |
e)
O fato de as rochas das vias romanas estarem fixas até hoje devese, provavelmente, a técnica de preparação do terreno, no qual eram colocadas várias camadas de materiais para assegurar a sua estabilidade e, só no final, era feito, com as rochas, a cobertura. Essas vias são, atualmente, protegidas como patrimônio mundial. A grande extensão da cobertura oferecida pelas estradas romanas deu origem ao ditado popular "todos os caminhos levam à Roma". Opções adaptadas de Internet: . |
Considerando as prescrições relativas às comunicações oficiais, assinale a opção correta:
a)
Os três tipos de expedientes que seguem o padrão ofício - exposição de motivos, aviso e ofício - têm a mesma finalidade e se diferenciam apenas por sua extensão e pelo detalhamento das informações neles contidas. |
b)
Diferentemente da ata, a exposição de motivos deve, obrigatoriamente, conter, no máximo, duas idéias por parágrafo. |
c)
Caso haja grande distanciamento hierárquico entre o signatário e o destinatário de uma comunicação oficial, recomenda-se o emprego do fecho "Mui respeitosamente". |
d)
Em todas as comunicações oficiais, os pronomes possessivos que se refiram a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. Por exemplo, o segmento correto é "Vossa Senhoria nomeará seu substituto", e não, "Vossa Senhoria nomeará vosso substituto". |
e)
Com o intuito de uniformização do emprego de pronomes de tratamento nos vocativos das comunicações oficiais, foi estabelecido como regra o emprego dos pronomes de tratamento Excelentíssimo Senhor e Excelentíssima Senhora, excetuando-se os casos em que tal comunicação se dirija ao papa ou ao reitor de uma universidade. |
A charge destaca principalmente o seguinte tema:
a)
desenvolvimento urbano e destruição de ambientes naturais. |
b)
a sofisticação do comércio nos meios urbanos em contraste com a simplicidade dos índios |
c)
o uso de língua estrangeira como símbolo de desenvolvimento de uma cidade. |
d)
desqualificação dos cidadãos sem poder de compra em uma sociedade de consumo. |
e)
desmistificação do índio guerreiro e sua conseqüente exclusão no meio urbano. |
1 Houve uma época em que os homens viviam bem mais
próximos do céu. E o céu, dos homens. Imagine um mundo sem
luz elétrica, esparsamente povoado, um mundo praticamente
4 sem tecnologia, fora os arados dos campos e os metais das
ferramentas e das espadas. Nesse mundo, o céu tinha um
significado muito diferente do que tem hoje. A sobrevivência das
7 pessoas dependia de sua regularidade e clemência.
Olhar para os céus e aprender seus ciclos era o único
modo de marcar a passagem do tempo. Logo ficou claro que o
10 céu tinha dois temperamentos: um, bem-comportado, repetitivo,
como o nascer e o pôr do Sol a cada dia, as quatro fases da Lua
e as quatro estações do ano; outro, imprevisível, rebelde e
13 destruidor, o senhor das tempestades e dos furacões, dos
estranhos cometas, que atravessavam lentamente os céus com
sua luz fantasmagórica, e dos eclipses totais do Sol, quando dia
16 virava noite e as estrelas e os planetas faziam-se visíveis e o Sol
tingia-se de um negro profundo.
Os céus eram mágicos, a morada dos deuses.
19 O significado da vida e da morte, a previsão do futuro, o destino
dos homens, tanto dos líderes quanto de seus súditos, estavam
escritos nos astros. Fenômenos celestes inesperados eram
22 profundamente temidos. Entre eles, os eclipses eram dos piores:
se os deuses podiam apagar o Sol por alguns minutos,
certamente poderiam fazê-lo permanentemente.
Marcelo Gleiser. O céu de Ulisses. In: Folha de S.Paulo, 6/6/2008, p. 9.
Assinale a opção correta a respeito de elementos de coesão do texto:
a)
No período "E o céu, dos homens" (l.2), a vírgula foi empregada para indicar a oposição dos termos "céu" e "homens". |
b)
O emprego de Naquele mundo, em vez de "Nesse mundo" (L.5), seria mais adequado, visto que o pronome se refere a um mundo muito remoto. |
c)
Na linha 7, a referência do pronome "sua" é o termo "pessoas". |
d)
Nas linhas 10 e 12, o emprego das expressões o primeiro e o segundo no lugar, respectivamente, de "um" e "outro" tornaria o texto mais claro. |
e)
A expressão "fazê-lo" (L.24), que, no texto, tem o sentido de apagar o Sol, é recurso coesivo utilizado para se evitar a repetição de uma oração. |
Assinale a opção em que é apresentado resumo do primeiro parágrafo do texto de acordo com a técnica de resumo de frases e textos:
a)
Em um mundo sem energia elétrica e quase sem tecnologia, os homens atribuíam ao céu o poder de lhes determinar a sobrevivência, o que os tornava mais próximos do céu do que são atualmente. |
b)
Nos primórdios da humanidade, quando os homens usavam apenas arados, espadas e algumas ferramentas, os homens sabiam que, diferentemente do que ocorre hoje, dependiam da clemência do céu e da regularidade das tempestades. |
c)
Há muitos e muitos anos, quando ainda não estava disponível a energia elétrica e quando a tecnologia era muito atrasada e pouco útil, os homens valorizavam muito o que observavam de regularidade no céu porque era ele que lhes indicava se a sobrevivência deles corria risco. |
d)
Os homens já viveram mais próximos do céu do que vivem nos dias atuais. Isso aconteceu porque não se usava luz elétrica nem havia toda a tecnologia atual. Naquela época, os homens respeitavam o céu, porque não sabiam defender-se de tempestades. |
e)
Num passado remoto, as únicas tecnologias que os homens dominavam eram o arado e metais de ferramentas e espadas. Não havia luz elétrica nessa época e, por isso, o céu era observado apenas à noite, quando os homens temiam os fenômenos inesperados. Isso os aproximava e garantiu a sobrevivência da espécie humana. |
Considerando que os fragmentos de texto incluídos nas opções, na ordem em que são apresentados, são partes sucessivas de um texto adaptado de Marcelo Gleiser, assinale a opção em que, no fragmento adaptado, foram atendidos plenamente os preceitos de clareza e correção gramatical:
a)
Em maio de 2008, dois astrônomos publicaram um estudo que argumentava que a Odisséia, famoso poema de Homero, faz referência a um eclipse que ocorreu de fato no mar Egeu dia 16 de abril de 1178 a.C. A idéia não é nova, tendo sido proposta há cem anos atrás por astrônomos interessados em datar o saque de Tróia e o retorno do herói Odisseu (Ulisses, para os romanos) para a sua adorada (e extremamente paciente) Penélope, que esperou por ela por dez anos. |
b)
A novidade do novo trabalho é a confluência de outros eventos astronômicos, já anteriormente mencionados e ocorridos, que apoiam a tese de que Homero tinha o eclipse, em mente, quando escreveu as famosas linhas: "O Sol sumiu do céu e uma escuridão funesta cobriu tudo!" |
c)
Vasculhando o texto de Homero famoso, os astrônomos encontraram referências a lua nova, condição básica para um eclipse total, as estrelas usadas por Odisseu para orientar-lhe no retorno à casa e à aparição de Vênus logo após a chegada em Ítaca. |
d)
O mais fascinante da descoberta é que Homero supostamente escreveu a Odisséia no final do século 8.o a.C., mais de 400 anos após o evento, onde não existia quaisquer relatos de eclipses datando do século 8.o a.C. (se existiram, foram perdidos). O fato de Homero ter mencionado o eclipse mostra que o imenso efeito que provocava o fenômeno, cujo o terror que despertou ficou gravado na memória coletiva e passado oralmente às gerações futuras até chegar nos ouvidos do poeta. |
e)
A descoberta dos astrônomos confirma a idéia de complementaridade entre ciência e arte, visto que o poeta, em seu texto, referiu-se alegoricamente a um fenômeno celeste para tornar mágico um momento extremamente dramático da trama narrativa, e a descrição da regularidade do céu nas leis de gravitação de Newton permite que o passado celeste seja conhecido em detalhes. |
No tempo de andarilho Prospera pouco no Pantanal o andarilho. Seis meses, durante a seca, anda. Remói caminhos e descaminhos. Abastece de perna as distâncias. E, quando as estradas somem, cobertas por águas, arrancha. O andarilho é um antipiqueteiro por vocação. Ninguém o embuçala. Não tem nome nem relógio. Vagabundear é virtude atuante para ele. Nem é um idiota programado, como nós. O próprio esmo é que o erra. Chega em geral com escuro. Não salva os moradores do lugar. Menos por deseducado. Senão por alheamento e fastio. Abeira-se do galpão, mais dois cachorros, magros, pede comida, e se recolhe em sua vasilha de dormir armada no tempo. Cedo, pela magrez dos cachorros que estão medindo o pátio, toda a fazenda sabe que Bernardão chegou. “Venho do oco do mundo. Vou para o oco do mundo.” É a única coisa que ele adianta. O que não adianta. (...) Enquanto as águas não descem e as estradas não se mostram, Bernardo trabalha pela bóia. Claro que resmunga. Está com raiva de quem inventou a enxada. E vai assustando o mato como um feiticeiro. Os hippies o imitam por todo o mundo. Não faz entretanto brasão de seu pioneirismo. Isso de entortar pente no cabelo intratável ele pratica de velho. A adesão pura à natureza e a inocência nasceram com ele. Sabe plantas e peixes mais que os santos. Não sei se os jovens de hoje, adeptos da natureza, conseguirão restaurar dentro deles essa inocência. Não sei se conseguirão matar dentro deles a centopéia do consumismo. Porque, já desde nada, o grande luxo de Bernardo é ser ninguém. Por fora é galalau. Por dentro não arredou de criança. É ser que não conhece ter. Tanto que inveja não se acopla nele.
Manoel de Barros. Livro de pré-coisas: roteiro para uma excursão poética no Pantanal. 2.a ed. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 47-8.
De acordo com o texto, o andarilho:
a)
percebe que as pessoas dos lugares aonde chega têm expectativa do aparecimento de um salvador, mas ele mantém-se alheio às crenças locais. |
b)
dispensa qualquer tipo de relação com os habitantes dos lugares por onde passa porque não é "um idiota programado". |
c)
não cumprimenta os moradores do lugar onde "arrancha" porque se mantém alheio e considera enfadonho o ato social do cumprimento. |
d)
é um cidadão típico que inspira todos os jovens que já nasceram valorizando a natureza e cultuando a inocência. |
e)
manifesta atitudes infantis que contrastam com sua aparência robusta porque sua meta é ser ninguém em um mundo que só conhece o ter. |
Utilizando a função poética da linguagem, o autor do texto:
a)
faz apologia do modo de vida do andarilho e, conseqüentemente, de todos aqueles que desprezam o trabalho. |
b)
critica os valores de indivíduos que compõem a sociedade atual ao contrapor-lhes a beleza que percebe na figura do andarilho. |
c)
apresenta a figura idealizada do andarilho, buscando convencer o leitor a se solidarizar com pessoas à margem da sociedade e a lhes oferecer emprego. |
d)
descreve um andarilho cujo objetivo "é ser ninguém", para ressaltar a influência desse tipo social no movimento tanto de jovens que romperam com os valores sociais estabelecidos quanto dos jovens consumistas. |
e)
desaprova o modo de vida do andarilho, como comprova o trecho "Vagabundear é virtude atuante para ele". |
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