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Informações da Prova Questões por Disciplina Polícia Rodoviária Federal - Policial Rodoviário Federal - CESPE - UnB - 2008 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos
1 -

À medida que se expandia o Império Romano, a administração adaptava o esquema de construção de estradas nas novas províncias. No seu apogeu, a rede viária romana principal atingiu, consideradas as vias secundárias, cerca de 150.000 km. Os comerciantes romanos perceberam logo o interesse desses eixos viários. Distintamente de outras civilizações mediterrâneas que fundaram o seu desenvolvimento comercial quase unicamente a partir dos seus portos, os romanos utilizaram a sua rede de estradas em paralelo à sua frota comercial. Essa medida favoreceu os intercâmbios no interior do continente, provocando uma expansão mercantil fulgurante. Regiões inteiras especializaram-se e comerciaram entre si, principalmente vinho, azeite, cereais, cerâmicas e carnes.

Internet: (com adaptações).

De acordo com o texto, verifica-se que:

a)

o apogeu do Império Romano está associado à construção de estradas, em detrimento do desenvolvimento das vias portuárias.

b)

as conquistas territoriais do Império Romano foram acompanhadas de condições favorecedoras de atividades comerciais.

c)

a conquista política de territórios pelo Império Romano era fruto do patrocínio dos comerciantes.

d)

todas as civilizações mediterrâneas, excetuando-se a romana, privilegiavam o comércio marítimo.

e)

o principal interesse da administração romana era o comércio no continente, com regiões cuja produção era especializada.

Reescritura de texto
2 -

Considerando que os fragmentos de texto incluídos nas opções, na ordem em que são apresentados, são partes sucessivas de um texto adaptado (Internet: ), assinale a opção em que foram atendidas as normas da língua padrão escrita:

a)

À proporção em que o Império Romano conquistou territórios, as novas províncias seriam contempladas com estradas, as quais eram construídas com base em esquema já adotado em outras localidades.

b)

No auge da dominação dos romanos, na região mediterrânea o principal complexo viário do Império, media, inclusive com as estradas marginais, aproximadamente 150.000 quilômetros.

c)

Os comerciantes romanos vislumbram a vantagem dessa obra para o desenvolvimento comercial e diferente de outros povos do Mediterrâneo, utilizaram as estradas para aumentarem o lucro de sua atividade.

d)

Esse fato incrementou as transações comerciais no interior continental, o que acarretou vigorosa expansão mercantil do Império Romano e comércio especializado em determinados produtos.

e)

O comércio dos romanos, que, no passado, fora realizado, unicamente por meio de portos, passaram a dedicar-se principalmente, a venda de produtos alimentícios, dentre os quais destacam-se vinho, azeite, cereais, carnes, entre outros.

Redação
3 -

Assinale a opção em que o trecho apresentado atende plenamente às normas gramaticais:

a)

Até 400 a.C., os romanos utilizavam caminhos de terra para deslocar-se da sua capital as cidades vizinhas. O ataque gaulês de Breno, em 390 a.C., que se revelou desastroso para os romanos, mostrou a ineficácia do sistema defensivo de Roma, devido principalmente a lentidão de movimentação das tropas sobre o que eram apenas caminhos pouco aptos para eles se moverem.

b)

A necessidade de melhor defesa, associada à vontade de expansão e de hegemonia sobre a Itália, levou a República Romana, ainda frágil e ameaçada, a pôr em questão estruturas escassamente adaptadas a esses desejos. Eram necessárias rotas sólidas que permitissem a circulação mais rápida e segura, mas, sobretudo, que facilitassem a mobilidade das tropas.

c)

A primeira via em território do Império Romano foi criada em 312 a.C. por Ápio Cláudio Cego, para unir Roma à cidade de Cápua e fora denominada Via Ápia. Em finais da República, o conjunto do território da península italiana estava dotada com grandes arterias, ostentando cada rota o nome do censor que a criara. Essas vias não estavam pavimentadas, salvo no interior das cidades.

d)

Os romanos destacaram-se como engenheiros. Suas obras estenderam-se por todo Império, e grande parte da divulgação se deveu a extensa rede viária. Apesar de não oferecer o conforto do asfalto dos dias de hoje, dado que as rochas de basalto não proporcionam grande continuidade e suavidade ao terreno, a verdade é que, essas rochas encontram-se 2.000 anos depois, ainda bem fixadas nos percursos.

e)

O fato de as rochas das vias romanas estarem fixas até hoje devese, provavelmente, a técnica de preparação do terreno, no qual eram colocadas várias camadas de materiais para assegurar a sua estabilidade e, só no final, era feito, com as rochas, a cobertura. Essas vias são, atualmente, protegidas como patrimônio mundial. A grande extensão da cobertura oferecida pelas estradas romanas deu origem ao ditado popular "todos os caminhos levam à Roma". Opções adaptadas de Internet: .

Redação Oficial
4 -

Considerando as prescrições relativas às comunicações oficiais, assinale a opção correta:

a)

Os três tipos de expedientes que seguem o padrão ofício - exposição de motivos, aviso e ofício - têm a mesma finalidade e se diferenciam apenas por sua extensão e pelo detalhamento das informações neles contidas.

b)

Diferentemente da ata, a exposição de motivos deve, obrigatoriamente, conter, no máximo, duas idéias por parágrafo.

c)

Caso haja grande distanciamento hierárquico entre o signatário e o destinatário de uma comunicação oficial, recomenda-se o emprego do fecho "Mui respeitosamente".

d)

Em todas as comunicações oficiais, os pronomes possessivos que se refiram a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. Por exemplo, o segmento correto é "Vossa Senhoria nomeará seu substituto", e não, "Vossa Senhoria nomeará vosso substituto".

e)

Com o intuito de uniformização do emprego de pronomes de tratamento nos vocativos das comunicações oficiais, foi estabelecido como regra o emprego dos pronomes de tratamento Excelentíssimo Senhor e Excelentíssima Senhora, excetuando-se os casos em que tal comunicação se dirija ao papa ou ao reitor de uma universidade.

Interpretação de Textos
5 -

A charge destaca principalmente o seguinte tema:

a)

desenvolvimento urbano e destruição de ambientes naturais.

b)

a sofisticação do comércio nos meios urbanos em contraste com a simplicidade dos índios

c)

o uso de língua estrangeira como símbolo de desenvolvimento de uma cidade.

d)

desqualificação dos cidadãos sem poder de compra em uma sociedade de consumo.

e)

desmistificação do índio guerreiro e sua conseqüente exclusão no meio urbano.

Coesão e Coerência

O Céu de Ulisses

1 Houve uma época em que os homens viviam bem mais

próximos do céu. E o céu, dos homens. Imagine um mundo sem

luz elétrica, esparsamente povoado, um mundo praticamente

4 sem tecnologia, fora os arados dos campos e os metais das

ferramentas e das espadas. Nesse mundo, o céu tinha um

significado muito diferente do que tem hoje. A sobrevivência das

7 pessoas dependia de sua regularidade e clemência.

Olhar para os céus e aprender seus ciclos era o único

modo de marcar a passagem do tempo. Logo ficou claro que o

10 céu tinha dois temperamentos: um, bem-comportado, repetitivo,

como o nascer e o pôr do Sol a cada dia, as quatro fases da Lua

e as quatro estações do ano; outro, imprevisível, rebelde e

13 destruidor, o senhor das tempestades e dos furacões, dos

estranhos cometas, que atravessavam lentamente os céus com

sua luz fantasmagórica, e dos eclipses totais do Sol, quando dia

16 virava noite e as estrelas e os planetas faziam-se visíveis e o Sol

tingia-se de um negro profundo.

Os céus eram mágicos, a morada dos deuses.

19 O significado da vida e da morte, a previsão do futuro, o destino

dos homens, tanto dos líderes quanto de seus súditos, estavam

escritos nos astros. Fenômenos celestes inesperados eram

22 profundamente temidos. Entre eles, os eclipses eram dos piores:

se os deuses podiam apagar o Sol por alguns minutos,

certamente poderiam fazê-lo permanentemente.

Marcelo Gleiser. O céu de Ulisses. In: Folha de S.Paulo, 6/6/2008, p. 9.

6 -

Assinale a opção correta a respeito de elementos de coesão do texto:

a)

No período "E o céu, dos homens" (l.2), a vírgula foi empregada para indicar a oposição dos termos "céu" e "homens".

b)

O emprego de Naquele mundo, em vez de "Nesse mundo" (L.5), seria mais adequado, visto que o pronome se refere a um mundo muito remoto.

c)

Na linha 7, a referência do pronome "sua" é o termo "pessoas".

d)

Nas linhas 10 e 12, o emprego das expressões o primeiro e o segundo no lugar, respectivamente, de "um" e "outro" tornaria o texto mais claro.

e)

A expressão "fazê-lo" (L.24), que, no texto, tem o sentido de apagar o Sol, é recurso coesivo utilizado para se evitar a repetição de uma oração.

Interpretação de Textos
7 -

Assinale a opção em que é apresentado resumo do primeiro parágrafo do texto de acordo com a técnica de resumo de frases e textos:

a)

Em um mundo sem energia elétrica e quase sem tecnologia, os homens atribuíam ao céu o poder de lhes determinar a sobrevivência, o que os tornava mais próximos do céu do que são atualmente.

b)

Nos primórdios da humanidade, quando os homens usavam apenas arados, espadas e algumas ferramentas, os homens sabiam que, diferentemente do que ocorre hoje, dependiam da clemência do céu e da regularidade das tempestades.

c)

Há muitos e muitos anos, quando ainda não estava disponível a energia elétrica e quando a tecnologia era muito atrasada e pouco útil, os homens valorizavam muito o que observavam de regularidade no céu porque era ele que lhes indicava se a sobrevivência deles corria risco.

d)

Os homens já viveram mais próximos do céu do que vivem nos dias atuais. Isso aconteceu porque não se usava luz elétrica nem havia toda a tecnologia atual. Naquela época, os homens respeitavam o céu, porque não sabiam defender-se de tempestades.

e)

Num passado remoto, as únicas tecnologias que os homens dominavam eram o arado e metais de ferramentas e espadas. Não havia luz elétrica nessa época e, por isso, o céu era observado apenas à noite, quando os homens temiam os fenômenos inesperados. Isso os aproximava e garantiu a sobrevivência da espécie humana.

Coesão e Coerência
8 -

Considerando que os fragmentos de texto incluídos nas opções, na ordem em que são apresentados, são partes sucessivas de um texto adaptado de Marcelo Gleiser, assinale a opção em que, no fragmento adaptado, foram atendidos plenamente os preceitos de clareza e correção gramatical:

a)

Em maio de 2008, dois astrônomos publicaram um estudo que argumentava que a Odisséia, famoso poema de Homero, faz referência a um eclipse que ocorreu de fato no mar Egeu dia 16 de abril de 1178 a.C. A idéia não é nova, tendo sido proposta há cem anos atrás por astrônomos interessados em datar o saque de Tróia e o retorno do herói Odisseu (Ulisses, para os romanos) para a sua adorada (e extremamente paciente) Penélope, que esperou por ela por dez anos.

b)

A novidade do novo trabalho é a confluência de outros eventos astronômicos, já anteriormente mencionados e ocorridos, que apoiam a tese de que Homero tinha o eclipse, em mente, quando escreveu as famosas linhas: "O Sol sumiu do céu e uma escuridão funesta cobriu tudo!"

c)

Vasculhando o texto de Homero famoso, os astrônomos encontraram referências a lua nova, condição básica para um eclipse total, as estrelas usadas por Odisseu para orientar-lhe no retorno à casa e à aparição de Vênus logo após a chegada em Ítaca.

d)

O mais fascinante da descoberta é que Homero supostamente escreveu a Odisséia no final do século 8.o a.C., mais de 400 anos após o evento, onde não existia quaisquer relatos de eclipses datando do século 8.o a.C. (se existiram, foram perdidos). O fato de Homero ter mencionado o eclipse mostra que o imenso efeito que provocava o fenômeno, cujo o terror que despertou ficou gravado na memória coletiva e passado oralmente às gerações futuras até chegar nos ouvidos do poeta.

e)

A descoberta dos astrônomos confirma a idéia de complementaridade entre ciência e arte, visto que o poeta, em seu texto, referiu-se alegoricamente a um fenômeno celeste para tornar mágico um momento extremamente dramático da trama narrativa, e a descrição da regularidade do céu nas leis de gravitação de Newton permite que o passado celeste seja conhecido em detalhes.

Interpretação de Textos

Livro de Pré-Coisas: Roteiro para uma Excursão Poética no Pantanal

No tempo de andarilho Prospera pouco no Pantanal o andarilho. Seis meses, durante a seca, anda. Remói caminhos e descaminhos. Abastece de perna as distâncias. E, quando as estradas somem, cobertas por águas, arrancha. O andarilho é um antipiqueteiro por vocação. Ninguém o embuçala. Não tem nome nem relógio. Vagabundear é virtude atuante para ele. Nem é um idiota programado, como nós. O próprio esmo é que o erra. Chega em geral com escuro. Não salva os moradores do lugar. Menos por deseducado. Senão por alheamento e fastio. Abeira-se do galpão, mais dois cachorros, magros, pede comida, e se recolhe em sua vasilha de dormir armada no tempo. Cedo, pela magrez dos cachorros que estão medindo o pátio, toda a fazenda sabe que Bernardão chegou. “Venho do oco do mundo. Vou para o oco do mundo.” É a única coisa que ele adianta. O que não adianta. (...) Enquanto as águas não descem e as estradas não se mostram, Bernardo trabalha pela bóia. Claro que resmunga. Está com raiva de quem inventou a enxada. E vai assustando o mato como um feiticeiro. Os hippies o imitam por todo o mundo. Não faz entretanto brasão de seu pioneirismo. Isso de entortar pente no cabelo intratável ele pratica de velho. A adesão pura à natureza e a inocência nasceram com ele. Sabe plantas e peixes mais que os santos. Não sei se os jovens de hoje, adeptos da natureza, conseguirão restaurar dentro deles essa inocência. Não sei se conseguirão matar dentro deles a centopéia do consumismo. Porque, já desde nada, o grande luxo de Bernardo é ser ninguém. Por fora é galalau. Por dentro não arredou de criança. É ser que não conhece ter. Tanto que inveja não se acopla nele.

Manoel de Barros. Livro de pré-coisas: roteiro para uma excursão poética no Pantanal. 2.a ed. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 47-8.

9 -

De acordo com o texto, o andarilho:

a)

percebe que as pessoas dos lugares aonde chega têm expectativa do aparecimento de um salvador, mas ele mantém-se alheio às crenças locais.

b)

dispensa qualquer tipo de relação com os habitantes dos lugares por onde passa porque não é "um idiota programado".

c)

não cumprimenta os moradores do lugar onde "arrancha" porque se mantém alheio e considera enfadonho o ato social do cumprimento.

d)

é um cidadão típico que inspira todos os jovens que já nasceram valorizando a natureza e cultuando a inocência.

e)

manifesta atitudes infantis que contrastam com sua aparência robusta porque sua meta é ser ninguém em um mundo que só conhece o ter.

10 -

Utilizando a função poética da linguagem, o autor do texto:

a)

faz apologia do modo de vida do andarilho e, conseqüentemente, de todos aqueles que desprezam o trabalho.

b)

critica os valores de indivíduos que compõem a sociedade atual ao contrapor-lhes a beleza que percebe na figura do andarilho.

c)

apresenta a figura idealizada do andarilho, buscando convencer o leitor a se solidarizar com pessoas à margem da sociedade e a lhes oferecer emprego.

d)

descreve um andarilho cujo objetivo "é ser ninguém", para ressaltar a influência desse tipo social no movimento tanto de jovens que romperam com os valores sociais estabelecidos quanto dos jovens consumistas.

e)

desaprova o modo de vida do andarilho, como comprova o trecho "Vagabundear é virtude atuante para ele".

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