UM CÃO APENAS
Subidos, de ânimo leve e descansado passo, os quarenta degraus do jardim – plantas em flor, de cada lado; borboletas incertas; salpicos de luz no granito – eis-me no patamar. E a meus pés, no áspero capacho de coco, à frescura da cal no pórtico, um cãozinho doente, com todo o corpo ferido; gastas as mechas brancas de pelo; o olhar dorido e profundo, com esse lustro de lágrimas que há nos olhos das pessoas muito idosas. Com grande esforço acaba de levantar-se. Eu não lhe digo nada; não faço nenhum gesto. Envergonha-me haver interrompido o seu sono. Se ele estava feliz, eu não devia ter chegado. Já lhe faltavam tantas coisas, que ao menos dormisse: também os animais devem esquecer, enquanto dormem (Cecília Meireles).
Que outros elementos estruturais poderiam ser acrescidos ao trecho Com grande esforço acaba de levantar-se. Eu não lhe digo nada
sem subverter a norma culta, nem mudar o sentido?
a)
Com grande esforço, acaba de levantar-se. Não digo nada a ele. |
b)
Não lhe digo nada, então levanta-se com grande esforço. |
c)
Eu não lhe digo nada, portanto ele acaba de levantar-se com grande esforço. |
d)
Com grande esforço, o cãozinho, acaba de levantar-se. Eu não digo nada a ele. |
e)
O cãozinho levanta-se com grande esforço. Eu não digo-lhe nada. |
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