Cézanne é um barroco retardado no século XIX, pelo temperamento arrebatado de meridional e o romantismo incurável de sua natureza tímida; mas é também um artesão, um geômetra, um construtor clássico. Essas qualidades contraditórias fazem seu gênio, e já em si mesmas, ou por outra, nas suas combinações esdrúxulas, constituem o grande traço da alma moderna − com a ambivalência de suas tendências, o seu querer e o seu sentir antitéticos, o seu dilaceramento interior.
Realista que se inicia sob o signo de Daumier e de Courbet, nem por isso deixa de cultuar Delacroix, o criador de antíteses coloridas tão sonoras quanto as da poesia de Victor Hugo. Cézanne admira a maestria plástica de Rubens, e é um eterno fascinado pela doçura, a elegância, a poesia do classicismo romano de Poussin. Nessas admirações, nesses mestres divergentes, já encontramos a chave do enigma cézanneano.
(Fragmento adaptado de Mário Pedrosa, Modernidade lá e cá: textos escolhidos 4. São Paulo, Edusp, 2000, p.117)
... nem por isso deixa de cultuar Delacroix ...
Cézanne admira a maestria plástica de Rubens ...
... já encontramos a chave do enigma cézanneano.
A substituição dos elementos grifados nas frases acima pelos pronomes correspondentes, com os necessários ajustes, terá como resultado, respectivamente:
a)
nem por isso deixa de cultuar-lhe / Cézanne a admira / já a encontramos. |
b)
nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne lhe admira / já lhe encontramos. |
c)
nem por isso deixa de lhe cultuar / Cézanne a admira / já encontramos-na. |
d)
nem por isso deixa de a cultuar / Cézanne lhe admira / já lhe encontramos. |
e)
nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne a admira / já a encontramos. |
Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.