Há duas formas de revolução na história humana: as rumorosas, feitas com o sangue, o suor e as lágrimas das populações, e as silenciosas – que, em geral, tendem a ser mais efetivas no que diz respeito aos benefícios proporcionados à maioria. Elas são consideradas silenciosas não porque feitas nos subterrâneos, longe dos ouvidos e dos olhos das pessoas, mas porque deixam de ser percebidas como revoluções enquanto se desenrolam. Seu caráter profundamente renovador é reconhecido somente a posteriori, quando muitos se dão conta, enfim, das mudanças por elas promovidas. Há quinze anos, começou a ocorrer uma revolução silenciosa no Brasil: o lançamento do real, a moeda que pôs um ponto final na hiperinflação e que, ponta de lança do plano ao qual emprestou seu nome, catapultou o país a um novo patamar de desenvolvimento. Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas. Passaram a planejar seu presente e seu futuro. Elevaram seu padrão de renda e bem-estar. A economia ganhou um arcabouço mais nítido e moderno, com o saneamento do sistema financeiro, as privatizações, as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, as metas de superavit primário, o câmbio flutuante e a autonomia operacional do Banco Central.
(Veja, 8/07/2009)
Sobre o título dado ao texto – A Revolução do Real – pode-se dizer que ele se refere:
a)
às modificações provocadas na realidade pelas revoluções. |
b)
às mudanças provocadas pela nova moeda na realidade brasileira. |
c)
aos benefícios trazidos à sociedade pelas revoluções rumorosas. |
d)
aos malefícios provocados pela mudança de padrão monetário no Brasil. |
e)
às alterações produzidas por uma política econômica realista. |
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