1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois
níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada.
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que
classificar por extremos não reflete a complexidade de classes
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um
7 dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas
preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo
das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do
10 imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora
dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do
ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade
13 capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora
pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por
diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua
16 capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos,
maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos.
O imaginário, acionado pela imaginação individual, é
19 pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a
história museológica. Mesmo que possamos pensar que
estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica,
22 porquanto símbolos e estereótipos são olhados e
ressignificados em determinado instante social.
Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São
Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).
Com base na organização das ideias e nos aspectos gramaticais do texto , julgue o(s) item(ns) que se segue(m):
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