1 As relações que as sociedades ocidentais industriais mantêm com os temas da ciência e da tecnologia não se constituem numa constante. No transcorrer da história 4 dessas sociedades, a ciência deixa de ser entendida apenas como um tipo de conhecimento tido como válido e passa a se conjugar com as técnicas, conformando uma aplicação 7 prática e útil desse conhecimento. Isso ocorre desde os desdobramentos da Revolução Industrial no século XIX, quando ciência e tecnologia 10 passaram a constituir um binômio, abreviadamente expresso por C&T, no qual, cada vez mais, conhecimento científico e técnica se entrelaçam. A tecnologia vai-se 13 tornando plena de ciência e esta tende a incorporar crescentemente a técnica. Já no século XX, o desenvolvimento de ciência e tecnologia passou a utilizar 16 intensivamente grandes investimentos financeiros, tendo em vista o domínio tanto da natureza quanto das sociedades. 19 A partir de então, e dada a intensificação dos processos técnico-científicos da contemporaneidade, surgem posicionamentos antagônicos em relação à 22 temática da aceleração tecnológica. Por um lado, estabelece-se uma compreensão de que o incremento de ciência e tecnologia é algo determinante, ou até mesmo 25 fundamental para um desenvolvimento econômico e social satisfatório, além de ser politicamente neutro e desprovido de normatividade. 28 Desde outra perspectiva, desenvolvem-se reflexões sobre as incertezas e indeterminações acerca do destino das sociedades como consequência dos principais modelos e 31 sistemas técnico-científicos contemporâneos. Questiona-se o papel da ciência e da tecnologia como fator determinante e como atividade neutra de valores.
Tecnologia e sociedade: análise de tecnologias sociais no Brasil contemporâneo. Porto Alegre: UFRGS, 2010. Dissertação de mestrado. In: Internet: <http://www.lume.ufrgs.br> (com adaptações).
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