1 Desde a instituição do casamento civil no Brasil, com a promulgação da primeira constituição republicana, em 1891, começou-se a discutir a constituição da família, os direitos das 4 mulheres casadas e dos filhos legítimos e ilegítimos e as possibilidades de divórcio. O assunto ganhou bastante repercussão na época da 7 discussão do primeiro Código Civil, de 1916. No entanto, contrariando a posição de alguns juristas proeminentes, o Código consagrou a desigualdade nas relações entre homens e 10 mulheres: o marido era considerado, na teoria e na prática, o cabeça do casal, podendo decidir onde sua mulher e seus filhos iriam viver, se iriam trabalhar e como seus bens seriam 13 administrados. Poderia também representar todos os membros de sua família perante a justiça. A mulher casada era, assim, juridicamente incapaz, como havia sido durante todo o período 16 colonial e imperial. Só que o comportamento das pessoas não segue a lei. Desde a década de 20 do século XX, mulheres que viviam 19 maritalmente com seus companheiros brigavam na justiça pelo reconhecimento da legalidade de suas uniões. Isso foi especialmente importante, nos anos 30 e 40 do século passado, 22 para que elas se beneficiassem dos direitos reconhecidos por Getúlio Vargas às famílias dos trabalhadores. Muitos juízes reconheceram essas uniões como fatos sociais e deram ganho 25 de causa às mulheres. Esses direitos foram reconhecidos e renomeados pela Constituição da República de 1988 (CF). A partir de então, 28 concubinagem virou união estável, que ganhou a mesma especial proteção do Estado dada aos casamentos. Mesmo definindo casamento como união “entre um homem e uma 31 mulher”, ao instituir a dignidade humana e a cidadania como princípios constitucionais fundamentais, a CF criou instrumentos jurídicos para que uniões entre pessoas do mesmo 34 sexo também fossem consideradas uniões estáveis.
Keila Grinberg. Decisões atuais, origens históricas. Internet:
Assinale a opção correta acerca das ideias do texto acima.
a)
Depreende-se da leitura do texto que as mudanças ocorridas na legislação favoreceram as mulheres no que diz respeito às relações conjugais. |
b)
A união entre pessoas do mesmo sexo e o casamento entre homens e mulheres, segundo o texto, têm o mesmo estatuto legal. |
c)
O texto afirma que as mulheres têm de recorrer à justiça para obter o reconhecimento de seus direitos. |
d)
O texto sugere que a desobediência às leis é um fator positivo para a sociedade. |
e)
De acordo com o texto, na elaboração do Código Civil de 1916, deveria ter sido adotado o pensamento dos juristas proeminentes da época que defendiam a igualdade entre homens e mulheres nas relações conjugais. |
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