A Associação das Antigas Aeromoças celebra sua convenção anual a bordo de um velho Hércules C-130 doado por uma companhia aérea. São cem, cento e vinte senhoras, todas alegres, todas nostálgicas. 5 O encontro, no velho aeroporto, hoje desativado por questões de segurança, já é motivo de alegria e emoção: saúdam-se, abraçam-se, trocam cumprimentos: “Como você está bonita, como você está conservada.” 10 Embarcam cantando o Hino das Antigas Aeromoças (“Entre as nuvens de fímbrias douradas/ Repousam lembranças, por nós embaladas”). Quando o avião decola, não podem conter as lágrimas nostálgicas. Mas tão logo a aeronave está nivelada a uma 15 altura conveniente, disputam com entusiasmo os carrinhos: querem servir. “Posso lhe oferecer um lanche, senhora?” “Algo para beber, senhora?” Segue-se declamação de poesias, encenação de esquetes e por fim o momento culminante: evocando os tempos heroicos 20 da aviação, todas se lançarão de paraquedas. Alguns não abrirão. Mas isso está previsto. A vida nas alturas não seria possível sem um mínimo de titilantes incertezas.
SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Cia das Letras, 1995, p. 211. Adaptado.
No Texto Antigas Aeromoças, a(s) vírgula(s) está(ão) empregada(s) para isolar o vocativo no seguinte trecho:
a)
“O encontro, no velho aeroporto,” (L. 5) |
b)
“saúdam-se, abraçam-se, trocam cumprimentos” (L. 7-8) |
c)
“Repousam lembranças, por nós embaladas” (L. 11-12) |
d)
“‘Algo para beber, senhora?’” (L. 17) |
e)
“evocando os tempos heroicos da aviação, todas se lançarão de paraquedas” (L. 19-20) |
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