Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir.
Façamos mitos, para entender o cotidiano! Lembro-me da fascinante proposta de Uexküll, que, ao que me consta, ainda não foi explorada pela ficção científica. Uma pena... Ele se pergunta sobre o que é a realidade, para cada animal. Se os animais fossem filósofos ou cientistas, que é que diriam? Que evidências aceitariam? As evidências para um coelho seriam as mesmas evidências para um tigre? Uma borboleta descreveria o mundo da mesma forma como uma minhoca? Impossível. Nossos órgãos sensoriais, nossos esquemas de interpretação, nossas avaliações das evidências são relativas aos nossos organismos. O mundo da borboleta é construído à sua imagem e semelhança. Ela não verá as coisas que não lhe interessam. O mesmo acontecerá com a minhoca. E se a comunidade dos bichos resolvesse escrever uma Enciclopédia interanimal da ciência unificada? Como é que as amebas reagiriam quando as borboletas lhes falassem do néctar das flores?
Rubem Alves. Filosofia da Ciência, introdução ao jogo e a suas regras.
No texto, o autor cita uma conclusão lógica de Uexküll. Assinale a alternativa que apresenta esta conclusão.
a)
Há tantas realidades quantas formas orgânicas. |
b)
Há tantas formas orgânicas quanto animais. |
c)
A realidade para cada animal é semelhante à de todos os outros animais. |
d)
A coisa em si, além da atividade pela qual o sujeito a agarra e constrói, permanece para sempre além do conhecimento... |
e)
Nossos sentidos são formados pela linguagem que, por sua vez, é produto da cultura que nos recebeu e (de)formou. |
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