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Comentários / TRT - 18.ª Região - Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013


O tempo não para

Atenção: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo.

 
          O processo é conhecido. Os custos crescem, os competidores
avançam, e os acionistas querem resultados. Saída: renovar
os quadros. Leia-se: livrar-se dos funcionários mais
velhos e caros, contratar jovens efebos, com muita vontade e
pequeno salário. Dito e feito. Então, o trabalho emperra, os
clientes reclamam, mas a planilha de custos fala mais alto.
Assim tem sido: a cada crise, interna ou externa, as empresas
rejuvenescem seus quadros. Alguns observadores batizaram o
processo de “juniorização”.
          Uma empresa “juniorizada” salta aos olhos. Antes, o
escritório, silencioso e solene, era dominado por calvícies e cabelos
brancos. Seis meses depois, o nível de ruído aumentou, e
uma horda juvenil se estabeleceu. Foram-se as regras e procedimentos,
substituídos por um frenesi frequentemente confundido
com agilidade e produtividade. O mais importante é, porém,
que a folha de pagamento foi reduzida. Inferno na Terra, paz no
Olimpo corporativo.
          Renovar sistematicamente os quadros é um princípio de
gestão importante para as empresas. Profissionais mais jovens
trazem novas ideias, colocam em xeque processos anacrônicos
e ajudam a evitar que a empresa envelheça e perca o contato
com as mudanças em seu ambiente de negócios. A renovação,
realizada na medida certa, traz efeitos positivos.
          A juniorização, por ser realizada com o propósito de
reduzir custos, compromete a qualidade da gestão e põe em
risco o futuro das companhias. Vista como panaceia, evita que a
empresa trate de questões mais substantivas, relacionadas ao
seu modelo de negócios e às suas práticas de gestão.
          Além disso, a juniorização segue na contramão da demografia.
O Brasil está envelhecendo. Nas próximas décadas,
as empresas terão de lidar com quadros profissionais cada vez
mais maduros. Uma pesquisa recente, realizada pela consultoria
PwC e a FGV-Eaesp, instituição à qual este escriba está
ligado, procurou avaliar como o mundo corporativo se prepara
para o fenômeno. Foram ouvidas mais de cem empresas, de
diversos segmentos da economia. Algumas conclusões são
preocupantes.
          Em primeiro lugar, menos de 40% das organizações pesquisadas
reconhecem que quadros mais maduros podem constituir
alternativa à escassez de talentos. Consequentemente, a
maioria das empresas não possui mecanismos para atrair e
manter tais quadros. Em segundo lugar, as companhias reconhecem:
profissionais mais maduros possuem competências
valiosas, relacionadas à capacidade de realizar diagnósticos e
resolver problemas, além de apresentar maior equilíbrio emocional.
Paradoxalmente, elas não contam com modelos de
gestão de carreira que facilitem os processos pelos quais tais
características poderiam ser mais bem exploradas. Em terceiro
lugar, há poucas iniciativas para garantir maior qualidade de
vida e para ter quadros mais saudáveis no futuro. Há também
poucas ações para acomodar o perfil e as necessidades dos
profissionais próximos da aposentadoria.

(Adaptado de: Thomaz Wood Jr., CartaCapital, 21/04/2013, www.cartacapital.com.br/sociedade/o-tempo-nao-para)

Questão:

A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:

Resposta correta
a)

contratar jovens efebos = contratar-lhes.

Resposta errada
b)

não possui mecanismos = não os possui.

Resposta errada
c)

resolver problemas = resolvê-los.

Resposta errada
d)

compromete a qualidade = compromete-a.

Resposta errada
e)

rejuvenescem seus quadros = rejuvenescem-nos.

Comentários

- 11/02/2017 / 14:20

a) ERRADA - contratar jovens efebos = contratar- lhes

Quem contrata, contrata alguém. (VTD)

O correto seria contratá-los.

Formas verbais terminadas em r, s ou z ..os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as assumem a forma lo, la, los, las

.........................................................

Pronomes o, a, os, as e pronomes lhe, lhes.

Em todo o estudo de regência verbal, o aluno deve estar muito atento à seguinte teoria:

Verbo Transitivo Direto é aquele que indica ação praticada pelo sujeito e sofrida pelo objeto direto. A ligação entre o verbo e o objeto é realizada diretamente, ou seja, sem preposição. O próprio verbo praticar é transitivo direto, pois Quem pratica, pratica algo. Por exemplo:

Pratico tênis todas as semanas.

Os objetos diretos podem ser representados pelos pronomes o, a, os, as quando estiverem na terceira pessoa do singular ou do plural. Por exemplo:

* Quanto ao carro que comprou, se não o pagar até amanhã, será processado. (Pagar algo)
* Ela me entregou o convite pessoalmente. Agradeci-o comovido. (agradecer algo)
* Queridos alunos, informo-os de que a prova será difícil. (Informar alguém de algo)
* Levei sua bolsa para casa e a esqueci lá. (Esquecer algo)
* Você conhece a Isaurinha? Eu também a conheço. (Conhecer alguém)

Verbo transitivo indireto é aquele que indica ação praticada pelo sujeito e recebida pelo objeto indireto ou fato ativo também praticado pelo sujeito e recebido pelo objeto indireto. A ligação entre o verbo e o objeto é realizada mediante uma preposição. Por exemplo, o verbo obedecer, pois Quem obedece, obedece A algo (ou A alguém):

Não obedecerei a esses regulamentos por serem absurdos.

Os objetos indiretos encabeçados pela preposição a podem ser representados pelos pronomes lhe, lhes quando estiverem na terceira pessoa do singular ou do plural. Por exemplo:

* Fala-se muito das leis, mas ninguém lhes obedece. (Obedecer A algo)
* Ela me entregou o convite pessoalmente. Agradeci-lhe comovido. (Agradecer A alguém)
* Queridos alunos, informo-lhes que a prova será difícil. (Informar algo A alguém)
* Custou-lhe acreditar em mim. (Custar A alguém algo)
* Conversei com a Isaurinha e solicitei-lhe que me desse algumas informações. (Solicitar algo A alguém)

Há, porém, exceções. Alguns verbos transitivos indiretos que exigem a preposição a não admitem o uso de lhe, lhes como seus complementos, mas sim a ele, a ela, a eles, a elas). Eis alguns deles:
* Anuir (= dar consentimento, aprovação; estar de acordo)
* Visar (= almejar)
* Aspirar (= almejar)
* Assistir (= ver)
* Referir-se
* Aludir (= referir-se)

http://dilsoncatarino.blogspot.com.br/2007/08/pronomes-o-os-as-e-pronomes-lhe-lhes.html

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