Leia o poema Tapuia, de Raul Bopp, para responder à(s) questão(ões) a seguir.
As florestas ergueram braços peludos para esconder-te com ciúmes do sol. E a tua carne triste se desabotoa nos seios, recém-chegados do fundo das selvas. Pararam no teu olhar as noites da Amazônia, mornas e imensas. No teu corpo longo ficou dormindo a sombra das cinco estrelas do Cruzeiro. O mato acorda no teu sangue sonhos de tribos desaparecidas – filha de raças anônimas que se misturaram em grandes adultérios! E erras sem rumo assim, pelas beiras do rio, que teus antepassados te deixaram de herança. O vento desarruma os teus cabelos soltos e modela um vestido na intimidade do teu corpo exato. À noite o rio te chama e então te entregas à água preguiçosamente, como uma flor selvagem ante a curiosidade das estrelas.
(Raul Bopp apud Mário da Silva Brito. Poesia do Modernismo, 1968.)
No verso E erras sem rumo assim, pelas beiras do rio, a ideia expressa pelo verbo destacado está de acordo com a seguinte afirmação:
a)
Os indígenas erram ainda hoje, quando confiam nas promessas do homem branco. |
b)
Explorados e expulsos de suas terras, os indígenas vagueiam pelas florestas que sobraram. |
c)
Em função dos sucessivos ataques do homem branco, os indígenas lamentam os erros cometidos. |
d)
Ao caminhar pelas margens do rio, os indígenas já não têm o senso de direção de seus antepassados. |
e)
Remanescentes de tribos dizimadas, os indígenas continuam sofrendo pelos erros dos brancos. |
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