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Comentários / Ministério Público Estadual - Espírito Santo - Agente de Apoio - Microinformática - Vunesp - 2013 - Prova Objetiva - Microinformática


O chato é um chato, mas é essencial nos negócios

Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.

O chato é um chato. Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um vinho ou ir ao cinema. O chato tem a insuportável mania de apontar o dedo para as coisas, enxergar os problemas que não queremos ver, fazer comentários desconcertantes.

Por isso, é pouco recomendável ter um deles por perto nos momentos nos quais tudo o que você não quer fazer é tomar decisões. Para todos os outros – e isso envolve o dia a dia dos negócios – é bom ter um desses cada vez mais raros e discriminados exemplares da fauna empresarial por perto.

Conselho dado por alguém que entende muito de ganhar dinheiro, Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo: “Ouça alguém que discorda de você”. No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire Hathaway.

Como executivo de um fundo de investimento, Kass havia apostado contra as ações da Berkshire. Buffett queria entender o porquê. Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre eventuais erros que ninguém havia enxergado.

Buffett conhece o valor desse tipo de pessoa. O chato é o sujeito que ainda acha que as perguntas simples são o melhor caminho para chegar às melhores respostas, é alguém que não tem medo. Não se importa de ser tachado de inábil no trato com as pessoas ou de ser politicamente incorreto. Questiona. Coloca o dedo na ferida. Insiste em ser um animal pensante, quando todo mundo sabe que dá menos trabalho deixar tudo como está.

Quase sempre, as coisas que o chato diz fazem um tremendo sentido. Nada pode ser mais devastador para seus críticos do que a constatação de que o chato, feitas as contas, tem razão.

Pobre do chefe que não reconhece, não escuta e não tolera os chatos que cruzam seu caminho. Ele acredita que está seguro num mundo de certezas próprias, de verdades absolutas. Ora, o controle total de um negócio é uma miragem. Coisas boas e ruins acontecem o tempo todo nas empresas sem que ele se dê conta. Pensar que é possível estar no comando de tudo, o tempo todo, só vai torná-lo mais vulnerável como líder. E vai, mais dia ou menos dia, afastar definitivamente os chatos, os questionadores, aqueles que fazem as perguntas incômodas e necessárias.

Por isso, só existem chatos em lugares onde há alguma perspectiva de futuro. Esse espécime de profissional só prolifera em ambientes onde a liberdade de pensamento e expressão é respeitada, onde a dúvida não é um mal em si, onde existe disposição, coragem e humildade para mudar de trajetória quando essa parece ser a melhor opção.

(Cláudia Vassallo, http://exame.abril.com.br, 07.07.2013. Adaptado)

Questão:

A partir da leitura do texto, pode-se concluir que

Resposta correta
a)

a dúvida e o debate são necessários para gerar mudanças produtivas no meio empresarial.

Resposta errada
b)

as empresas de sucesso são aquelas em que os funcionários pensam de maneira idêntica.

Resposta errada
c)

os cargos de chefia devem ser ocupados por quem se indispõe facilmente com os subalternos.

Resposta errada
d)

os chatos devem ser ouvidos e respeitados, apesar de atrapalharem o progresso da empresa.

Resposta errada
e)

a sugestão do chato deve ser acatada mesmo quando ele está, comprovadamente, equivocado.

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