1 Ao ser criada, em 1957, a Rede Ferroviária Federal S.A. integrou as diferentes ferrovias públicas do país. Nesse conjunto, a de maior quilometragem era a Rede Mineira 4 de Viação, seguida de perto pela Estrada de Ferro Central do Brasil, que, contudo, era a mais importante. Seu nome já informava sobre sua relevância: era o centro ferroviário do 7 país. Com ela entroncavam-se a Rede Mineira, a Leopoldina, a Leste Brasileiro, a Vitória, a Minas, a Campos do Jordão, a Santos, a Jundiaí, a Morro Velho e outras ferrovias 10 particulares, além das companhias de navegação do rio São Francisco. Com o seu traçado e a abrangência ampliada pelos entroncamentos, a Central tinha cargas e passageiros bastante 13 diversificados. Líquido ou sólido, vivo ou inanimado, são ou enfermo, inofensivo ou perigoso, frágil, repugnante, tudo e todos iam de trem para qualquer lugar. 16 Aos poucos, o perfil dos transportes nas antigas linhas da Central se modificou para atender, principalmente, aos interesses da mineração e da siderurgia. Trens enormes, 19 tracionados por mais de uma locomotiva dísel-elétrica, fizeram da principal linha da Central um mineroduto, o que expulsou, gradativamente, os incômodos passageiros, que migravam para 22 o transporte rodoviário — que era mais rápido, porém caro. A política para passageiros era clara: transporte de massas em grandes centros urbanos. Surgiu a Companhia Brasileira de 25 Trens Urbanos e, com ela, o pós-moderno trem de subúrbio — o metrô de superfície —, com uma timidez da qual ainda não se refez. Vai ver pesa-lhe o título de trem metropolitano 28 quando, na verdade, não passa de um excelente trenzinho urbano, restrito aos limites da capital.
Helena Guimarães Campos. A era da RFFSA. Internet:
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