"A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado, Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino e os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram quase vinte anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que morreu, deixando os lares e as famílias no desamparo e na ruína mal sobrevivendo, sugerem os registros, a assédios diversos e a desastres naturais." (Menelau e a esposa perdida, Stephen Weir)
Sobre esse acontecimento referido no texto 2, o historiador grego Heródoto disse o seguinte:
“Até então, não houvera de uma parte e de outra mais do que raptos; depois do acontecido, porém, os Gregos, julgando-se ofendidos em sua honra, fizeram guerra à Ásia, antes que os asiáticos a declarassem à Europa. Ora, conquanto lícito não seja raptar mulheres, dizem os Persas, é loucura vingar-se de um rapto. Manda o bom senso não fazer caso disso, pois sem o próprio consentimento delas decerto não teriam as mulheres sido raptadas.”
(Heródoto, História).
No texto 3, Heródoto relativizou o ocorrido, por meio da seguinte estratégia:
a)
retirando importância de uma declaração de guerra; |
b)
mostrando os raptos como acontecimentos aceitáveis; |
c)
indicando a colaboração de Helena no próprio rapto; |
d)
revelando a licitude do ato de raptar mulheres; |
e)
demonstrando que a vingança não é fruto do bom-senso. |
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