A Eurostat, o organismo da União Europeia
encarregado da elaboração de estatísticas
econômicas, mostrou que, em abril, nada menos
que 101 entre cada 1.000 cidadãos em atividade
5 na área do euro (16 países) não conseguiram
encontrar ocupação remunerada. É a pior situação
em 12 anos.
Reduzir tudo a efeito natural da atual crise é
simplismo. Flagelos assim são como os desastres
10 de avião: sempre têm múltiplas causas. O crescente
desemprego no mundo rico foi acentuado pela
crise, mas é bem mais do que isso. É o resultado
de algumas degradações acumuladas nas
últimas décadas: perda de competitividade da
15 indústria, rápido envelhecimento da população,
custo elevado da mão de obra, falta de reformas
políticas e econômicas.
Paradoxalmente, a crise do desemprego tende
a se acentuar pelos fatores que pretendiam
20 atenuar seu impacto. Assim como a antecipação
da aposentadoria pretendia abrir vagas aos mais
jovens, mas tudo o que produziu foi a deterioração
das finanças dos sistemas previdenciários, os
mecanismos de seguro social vêm ajudando a
25 criar enormes rombos, que, por sua vez, atiram as
finanças públicas ao endividamento e à insolvência
(e não apenas à falta de liquidez), como parece
ser o caso da Grécia e talvez o de Portugal e
Espanha. E aí chegamos a uma situação em que
30 os instrumentos de defesa do emprego criam mais
desemprego.
(Celso Ming, O Estado de S. Paulo, 2/6/2010)
Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta:
a)
Há 12 anos, a situação na União Europeia apresentava desemprego muito maior que as taxas atuais. |
b)
A crise econômica atual começou a provocar o desemprego na área do euro. |
c)
O rápido envelhecimento da população contribui para diminuir as taxas de desemprego na União Europeia. |
d)
A antecipação da aposentadoria e a abertura de vagas para os mais jovens fortaleceram os sistemas previdenciários. |
e)
Medidas que pretendiam atenuar o impacto da crise do desemprego resultaram em mais desemprego. |
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