Uma das melhores facetas da internet é que ela é subversiva. Desde que a rede surgiu e se disseminou, ficou muito mais difícil para governos controlarem o que as pessoas leem, as ideias a que se expõem e mesmo o que fazem em ambiente virtual, onde as fronteiras entre Estados praticamente inexistem. De um modo geral, apesar de algumas experiências de censura digital bem-sucedida, como a chinesa, o planeta se tornou um lugar mais livre com a internet.
É claro que “livre” não é sinônimo de “bom”. Bastante gente usa o amplo acesso à informação que a rede proporciona para o mal, como o prova, por exemplo, o crescente número de fraudes eletrônicas. De todo modo, como é sempre uma minoria da população que comete crimes, dá para afirmar que o saldo da internet é amplamente positivo.
Nesse contexto, é lamentável constatar que legisladores ainda não tenham entendido o que é a rede e, inadvertidamente, insistam em tentar regulá-la de maneira que não é desejável nem factível. A mais recente iniciativa com essas características está no projeto de lei que cria apostas esportivas on-line. Ao que consta, há previsão de multa de até R$ 200 mil a brasileiros que apostarem em sites no exterior.
Em primeiro lugar, é duvidoso que essa pretensão seja legal. Até prova em contrário, o cidadão que acessa uma página no estrangeiro e estabelece uma relação comercial com o site está atuando fora da jurisdição do Brasil. As regras que valem são as do país onde a página está hospedada.
Essa transnacionalidade, que, se não apaga as fronteiras, as esmaece, é uma das principais características a tornar a internet uma promotora da liberdade. Ela detona o, digamos, monopólio natural que o Estado exercia sobre seus cidadãos. Ainda que fosse possível eliminar isso – os EUA, embora tenham tentado, não conseguiram impedir o jogo on-line –, eu não recomendaria.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 14.03.2015. Adaptado)
De acordo com a opinião do autor, expressa nos dois primeiros parágrafos do texto, a internet tem sido uma importante ferramenta de comunicação na medida em que
a)
tem seu conteúdo livremente disseminado, visto não haver meios de os governos controlarem o que as pessoas fazem em ambiente virtual. |
b)
tornou o mundo mais livre, pois, com algumas exceções, os governos não podem controlar totalmente os conteúdos disseminados no ambiente virtual. |
c)
tornou o mundo mais seguro, já que os governos conseguem ter controle absoluto sobre as informações que são disponibilizadas em ambiente virtual. |
d)
um ambiente livre, pois, apesar de algumas experiências de censura digital bem-sucedida, os governos desistiram de ter controle sobre seu conteúdo. |
e)
proporciona segurança para os usuários, já que são muito raros os relatos sobre fraudes eletrônicas praticadas em ambiente virtual. |
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