Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzia de máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos sem assunto: Suporta-se com paciência a cólica do próximo. * Matamos o tempo; o tempo nos enterra. * Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem. * Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros. * Não se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é a de um joalheiro. * Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, capítulo CXIX)
Atente para as seguintes afirmações:
I. O texto de Machado de Assis constitui-se de frases avulsas, criadas pelo autor, e cada uma delas se apresenta com o aspecto característico de provérbios populares.
II. Numa das máximas, um cocheiro entende que o prazer advindo do uso de uma carruagem perderia muito caso esse uso deixasse de ser um privilégio de uns poucos.
III. A reflexão de um joalheiro, numa das máximas, leva a crer que ele condena o referido hábito dos botocudos porque ele é contra o uso vaidoso de adereços.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
a)
II e III. |
b)
I e III. |
c)
I e II. |
d)
III. |
e)
II. |
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