INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.
TEXTO I
“Só Gabriela parecia não sentir a caminhada, seus pés como que deslizando pela picada muitas vezes aberta na hora a golpes de facão, na mata virgem. Como se não existissem as pedras, os tocos, os cipós emaranhados. A poeira dos caminhos da caatinga a cobrira tão por completo que era impossível distinguir seus traços. Nos cabelos já não penetrava o pedaço de pente, tanto pó se acumulara. Parecia uma demente perdida nos caminhos. Mas Clemente sabia como ela era deveras e o sabia em cada partícula de seu ser, na ponta dos dedos e na pele do peito. Quando os dois grupos se encontraram, no começo da viagem, a cor do rosto de Gabriela e de suas pernas era ainda visível e os cabelos rolavam sobre o cangote, espalhando perfume. Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba.”
AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela. 1958.
Releia este trecho.
“Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba”.
Nesse excerto, pode-se identificar a seguinte característica da personagem na obra de Jorge Amado:
a)
A pobreza de Gabriela, que reside em sua condição de sertaneja. |
b)
A serenidade de Gabriela, que reside em seu conformismo. |
c)
A sujeira de Gabriela, que reside em sua falta de condição financeira. |
d)
A sensualidade de Gabriela, que reside em sua simplicidade. |
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