INSTRUÇÃO: Leia o texto III a seguir, retirado da obra Gabriela, cravo e canela para responder à questão.
TEXTO III
— Bié...
— Seu Nacib...
— Por que “seu” Nacib? Sou seu marido, não seu
patrão...
Ela sorriu, arrancou os sapatos, começou a arrumar, os
pés descalços. Ele tomou-lhe da mão, repreendeu:
— Não pode mais não, Bié...
— O que?
— Andar sem sapatos. Agora você é uma senhora.
Assustou-se:
— Posso não? Andar descalça, de pé no chão?
— Pode não.
— E por que?
— Você é uma senhora, de posses, de representação.
— Sou não, seu Nacib. Sou só Gabriela...
— Vou te educar – tomou-a nos braços, levou-a pra
cama.
— Moço bonito...
AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela.
Nesse texto, é possível identificar:
a) A obediência da protagonista quando recebe orientações do marido sobre as regras que a permitirão ser considerada uma “senhora da sociedade”. Entre elas, a submissão ao chefe da família, por tratá-lo como “Seu” Nacib.
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b) A infantilidade e o comodismo da protagonista ao não argumentar a favor de sua liberdade e a suscetibilidade do marido que desconsidera o traço fundamental da liberdade de Gabriela a fim de ajustar-se à sociedade.
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c) Um cenário ambivalente em que se ressalta a importância de um status social alcançado por meio do cumprimento de regras e a simplicidade da protagonista, que preza por sua liberdade em detrimento de ser considerada “senhora de representação”.
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d) A mudança na essência de Gabriela, que opta por agir conforme as imposições da sociedade sem questionamentos, como no caso da obediência inquestionável às ordens do marido.
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