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Comentários / TRE - Tocantins - Analista Judiciário - Judiciária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2011 - Prova Objetiva


Revista do Brasil

Até alguns anos atrás, a palavra biodiversidade era quase incompreensível para a maioria das pessoas. Hoje, se ainda não chega a ser um tema que se discuta nos bares, vem se incorporando cada vez mais na sociedade em geral. Tudo indica que a variedade de espécies de plantas, animais e insetos de uma determinada área começa a ser uma preocupação geral − a ponto de a ONU considerar 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade.

Mas, ainda que seja um assunto cada vez mais popular, convencer governos e sociedades de que a biodiversidade tem importância fundamental para a espécie humana e para o próprio planeta é uma perspectiva remota. Afinal, a quantidade de espécies aparentemente não influencia a vida profissional, social e econômica de quem está mergulhado nas decisões mais prosaicas do dia a dia.

Como diz Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da 10a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, o objetivo desse encontro é "desenvolver um novo plano estratégico para as próximas décadas, incluindo uma visão para 2050 e uma missão para a biodiversidade em 2020."

Talvez seja um discurso um pouco vago devido à urgência dos fatos: nunca, na história do planeta, registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas. Diariamente, 100 delas entram em processo de extinção e calcula-se que nos próximos 20 anos mais de 500 mil serão varridas definitivamente do globo. Tudo isso ocorre, na maior parte, graças à intervenção humana.

Nessas espécies encontra-se um vasto e generoso banco genético, cuja exploração ainda engatinha, capaz de fornecer as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes. Esse fato poderia constituir argumento suficiente para a preservação das espécies e das áreas em que elas se encontram. No entanto, o raciocínio conservacionista tem sido puramente contábil: quanto vale a biodiversidade, qual é o prejuízo que representa sua diminuição e que investimento é necessário para mantê-la. Nessa contabilidade, o que entra é um valor atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas oferecem – como a purificação do ar e da água, o fornecimento de água doce e de madeira, a regulação climática, a proteção a desastres naturais, o controle da erosão e até a recreação. E a ONU avisa: mais de 60% desses serviços estão sofrendo degradação ou sendo consumidos mais depressa do que podem ser recuperados.

(Roberto Amado. Revista do Brasil, outubro de 2010, pp. 28-30, com adaptações)

Questão:

Considere as afirmativas a respeito da pontuação nos trechos transcritos abaixo:

I. Tudo indica que a variedade de espécies de plantas, animais e insetos de uma determinada área começa a ser uma preocupação geral — a ponto de a ONU considerar 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade.

O travessão introduz um argumento que justifica o que acaba de ser afirmado.

II. Talvez seja um discurso um pouco vago devido à urgência dos fatos: nunca, na história do planeta, registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas.

Os dois pontos introduzem segmento explicativo para a expressão anterior a eles, urgência dos fatos.

III. Nessa contabilidade, o que entra é um valor atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas oferecem ...

O emprego das aspas busca chamar a atenção para um sentido particular atribuído ao vocábulo serviços. Está correto o que se afirma em:

Resposta errada
a)

I e II, apenas.

Resposta errada
b)

II, apenas.

Resposta errada
c)

I e III, apenas.

Resposta errada
d)

II e III, apenas.

Resposta correta
e)

I, II e III.

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