Em 1808, como consequência da invasão francesa a Portugal, chega a família real ao Brasil. D. João, o príncipe regente, sua mãe, D. Maria, e ainda fidalgos, oficiais, clérigos, açafatas, que os acompanham nessa desdita que marca o fim do período colonial. A capital do vice-reino terá de absorver todo esse “povo” e acomodar várias secretarias [...].Como manter essa corte e a
ampliação do aparelho burocrático com a penúria do tesouro real ?
(SCHNOOR, Eduardo. Os senhores dos caminhos: a elite na transição para o século XIX. IN : DEL PRIORE, Mary. Revisão do paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p.163)
As soluções encontradas pela administração para o problema da escassez de recursos necessários à manutenção da corte no Brasil foram
a) a liberação de vultosas somas de empréstimos em dinheiro, pela Inglaterra, ao Estado português e a intensificação do monopólio da metrópole sobre as atividades de produção e comércio praticados no Brasil.
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b) o incremento da infraestrutura portuária, adaptando-a ao oferecimento de melhores condições para a navegação de cabotagem, tendo em vista a ampliação da circulação de navios em decorrência da recente medida de abertura comercial.
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c) o acirramento da cobrança de impostos sobre a atividade mineradora e a implementação das “fazendas reais”, que, na prática, representaram uma estatização das fazendas de gado em regiões como o Piauí, após a expulsão dos jesuítas.
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d) o estímulo ao desenvolvimento da atividade industrial em território brasileiro, associado ao incentivo à vinda de imigrantes que pudessem compor, no mesmo território, um mercado consumidor capaz de sustentar a sanha tributária da corte.
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e) além das ações relativas à maior captação de impostos e permissão de livre comércio de bens coloniais não estancados, os administradores portugueses lançaram mão do pedido de auxílio às despesas do Estado, recompensados com a nobilitação dos doadores locais.
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