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Comentários / SEFAZ - Secretaria de Estado de Fazenda - Santa Catarina - Auditor Fiscal da Receita Estadual - FEPESE - 2010 - Prova Objetiva - Parte 1


A Teoria e a Prática

Texto 1

A lealdade conjugal é uma qualidade admirável, além de algo rara. Mas, em um caso, ao menos, ela quase pôs a perder aquela que se tornaria a ideia mais influente do pensamento científico nos dois últimos séculos: a teoria da evolução formulada por Charles Darwin. Casado com sua prima-irmã Emma, o naturalista protelou durante anos a publicação de seu tratado revolucionário, A Origem das Espécies, e quase perdeu de vez a saúde já habitualmente instável com a aflição provocada pelo dilema de editá-lo ou não. A causa primordial de sua angústia era a religiosidade de sua mulher, e a maneira como, em um período particularmente difícil da vida do casal, ela fez aflorar ainda mais dúvidas sobre a fé cristã em que ele fora educado, e da qual abdicara. Desde muito antes de seu casamento, em 1839, Emma e Charles tratavam com franqueza das divergências que poderiam dividi-los. Pianista talentosa, que chegou a ter carreira como concertista, ela era uma entusiasta das ambições do marido e muito colaborou para que se concretizasse sua longa viagem a bordo do navio Beagle, durante a qual ele estabeleceu as bases de sua teoria. Mas Emma tinha também convicções religiosas profundas. A correspondência dos dois nos anos anteriores ao casamento mostra que Darwin nunca escondeu dela sua migra- ção rumo ao agnosticismo. E, durante a maior parte de sua vida conjugal, os dois negociaram, quase sem atrito, suas diferenças. Na década de 1850, porém, uma constelação de fatores abalou essa détente. Em 1851, aos 10 anos, morreu Annie, a filha mais velha e querida de Darwin. O naturalista foi acometido de diversos males – em maior quantidade e gravidade do que fora comum até ali – e tornou-se um quase recluso. Emma se refugiou na fé. Em meio a esse equilíbrio tão precário, Darwin escrevia, escrevia, e não chegava a lugar nenhum: sua teoria (que afinal seria publicada em 1859) de certa forma “assassinava Deus”, e poderia também, portanto, assassinar de mil maneiras diferentes o que restava de harmonia na família, no casamento e no seu íntimo. Darwin, assim como outros grandes pioneiros da ciência, viveu na carne e nos nervos a urgência de seguir adiante e o tormento de consciência de não saber o que esse adiante aguardava.

Texto e frases das questões adaptados de: BOSCOV, Isabela. A teoria e a prática. Veja. São Paulo: Editora Abril, p. 128, ed. 2156, ano 43, n. 11, 17 mar. 2010.

Questão:

Assinale a alternativa que está corretamente redigida, segundo a norma culta da Língua Portuguesa:

Resposta errada
a)

A morte da filha e a fé de sua mulher quase levou Darwin a um gesto calamitoso.

Resposta errada
b)

Engavetar o livro A Origem das Espécies teria privada a ciência de uma de suas ideias fundamentais.

Resposta errada
c)

O filme Criação, dirigido por Jon Amiel, discreveu um período da vida do cientista e do homem Charles Darwin.

Resposta errada
d)

Ao publicar sua teoria, Darwin colocou em cheque muitas convicções religiosas de sua mulher.

Resposta correta
e)

Aquele cientista eminente passou por um grande drama de consciência antes de revelar a teoria que muitos outros cientistas ratificaram.

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