1 Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%. “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas. Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 1,8 milhão de postos de trabalho 7 com carteira assinada. “Vai ser novo recorde, apesar da taxa de juros”, disse ele em referência à decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado, foram criados 1,61 milhão de empregos formais. 10 Segundo o ministro, a demanda interna permanece “muito aquecida”. “Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, até chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a prazo vai perceber um aumento real de juros maior do que 0,5 ponto percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”, disse ele. Para o ministro 13 do Trabalho, a decisão do COPOM de subir os juros neste mês, e nos subseqüentes, conforme projeção do mercado financeiro, pode impactar um pouco a criação de empregos formais mais para o final de 2008. “Esses próximos três meses vão continuar sendo muito fortes na criação de empregos com carteira assinada”, avaliou ele. 16 O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos, por causa das chuvas, ou falta de chuvas. Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela decisão dos juros) não 19 estão aumentando”, disse ele a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações de comércio exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar. Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo, 22 a balança comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação de empregos formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os setores da economia. No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra 110 mil em igual período de 25 2007.
Tribuna do Brasil, 11/4/2008. Internet: <www.tribunadobrasil.com.br> (com adaptações).
Assinale a opção que contém uma informação correta a respeito da estrutura do texto:
a)
O texto é introduzido por meio de uma narração, em que são apresentados o personagem (ministro) e o tempo da narrativa (o primeiro trimestre de 2008). |
b)
No segundo parágrafo, é desenvolvido o seguinte tópico frasal: “Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (...) recorde histórico para esse período” (L.1-3). |
c)
O texto representa a transcrição completa da entrevista feita por jornalistas ao ministro do Trabalho. |
d)
Observam-se, claramente, no texto, argumentos em favor do aumento da criação de postos de trabalho nas indústrias de bens duráveis. |
e)
A intercalação entre os dados a respeito do crescimento da oferta de empregos e as opiniões do ministro do Trabalho sobre esse tema caracteriza a estrutura do texto. |
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