1 A ciência moderna teve de lutar com um inimigo poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi uma luta 4 travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de 7 interpretação é um bem absoluto da humanidade. No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo, assim, o 10 equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão 13 temível quanto o anterior, e que a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no utopismo automático da 16 tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas.
Boaventura de Sousa Santos. A crítica da razão indolente. São Paulo: Cortez, 2007, p. 95 (com adaptações).
Depreende-se da argumentação do texto que:
a)
a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática consumista. |
b)
tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à humanidade. |
c)
tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os monopólios de interpretação. |
d)
o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento da religião, do Estado, da família e dos partidos. |
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