Hora e tanto já, e nada de peixe. Mas o gostoso era ficar assim na canoa, pensando na vida, imaginando coisas. Passada aquela eleição, ia sossegar. A política matava, acabava com a pessoa. Depois que se metera nela, nunca mais pudera ter uma semana de descanso. Escravo dos outros, do partido, do eleitorado. E os adversários não dormiam, os concorrentes vigiavam. Todos os dias, uma notícia má, nomeações que não saíam, chefes do interior que ameaçavam romper por causa de pedidos impossíveis... E ter de mentir, de prometer...
- Doutor, doutor... agora é a peixa... é a peixa, sim... engasgava o Gerôncio. Ferra, doutor, ferra!
(Mário Palmério: "Vila dos Confins", 2003)
Na fala de Gerôncio se encontra a palavra "peixa", uma forma popular de flexão de gênero. Regularmente, essa flexão ocorre nas seguintes palavras:
a)
gazela, janela e penta. |
b)
bolacha, graxa e jumenta. |
c)
bailarina, elefanta e tonta. |
d)
monstra, poeta e tamanduá. |
e)
boneca, mesa e onça. |
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