Texto I, para responder à(s) questão(ões):
1 A violência intrafamiliar e institucional sempre afetou
a saúde e a qualidade de vida de milhares de crianças e
jovens no Brasil. Em nosso país, formas agressivas e cruéis
4 de se relacionar são frequentemente usadas por pais,
educadores e responsáveis por abrigos ou internatos, como
estratégias para educar e para corrigir erros de
7 comportamento de crianças e adolescentes. Mas está
reconhecido cientificamente que essa mentalidade e esse
tipo de atuação, além de serem contraproducentes, são
10 nocivos. Bater, ferir, violar, menosprezar, negligenciar e
abusar são verbos que não devem ser usados no trato da
infância e da adolescência por vários motivos:
13 muitos estudos mostram que a violência, da qual a pessoa
é vítima nos primeiros anos de vida, deixa sequelas por toda
a existência;
16 a criança e o jovem não são objeto ou propriedade dos
pais ou de qualquer adulto e, sim, sujeitos de direitos
especiais reconhecidos pela Constituição Brasileira e pelo
19 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
essa violência que ocorre silenciosamente dentro das
famílias e na sociedade, como se fosse um fenômeno banal,
22 é potencializadora da violência social em geral;
as pessoas vítimas de violência na infância podem
repeti-la quando se tornam adultas, especialmente com seus
25 próprios filhos ou com outras crianças e adolescentes com as
quais se relacionam socialmente.
Enfim, quando a violência é uma forma de relação
28 que se estabelece no interior das famílias ou na convivência
social, é preciso denunciá-la e “desnaturalizá-la”, tratando-a
como um problema a ser resolvido, buscando formas
31 “civilizadas” de trabalhar com os conflitos. Nunca é demais
lembrar que os conflitos são normais e até desejáveis na
sociedade, pois indicam a pluralidade de visões, de desejos e
34 projetos. O mal, portanto, não está em expressá-los, mas em
suprimir a oportunidade do debate, do diálogo e do exercício
da tolerância. No caso das crianças e dos adolescentes,
37 geralmente os pais, responsáveis e adultos tendem a acabar
com as divergências de ideias e de comportamentos e com o
conflito de gerações, por meio da dominação adultocêntrica,
40 da imposição de sua vontade, ou por meio de gestos e ações
violentos.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Notificação
de maus-tratos contra crianças e adolescentes pelos profissionais
de saúde: um passo a mais na cidadania em saúde.
(Série A. Normas e Manuais Técnicos, n.º 167).
Brasília, 2002, p. 10-11 (com adaptações).
Considere o seguinte trecho: "Nunca é demais lembrar que os conflitos são normais e até desejáveis na sociedade, pois indicam a pluralidade de visões, de desejos e projetos. O mal, portanto, não está em expressá-los, mas em suprimir a oportunidade do debate, do diálogo e do exercício da tolerância." (linhas de 31 a 36). Quanto aos aspectos gramaticais e semânticos desse trecho, assinale a alternativa correta:
a)
O trecho é uma sequência narrativa. |
b)
O trecho é construído com dois períodos, estabelecendo adversidade do primeiro em relação ao segundo. |
c)
O pronome "os" em "expressá-los" pode ser substituído por lhes sem alteração de sentido e sem ferir as normas gramaticais. |
d)
No segundo período, há elipse do sujeito para evitar repetição desnecessária, dando maior leveza e concisão à construção. |
e)
Em "O mal, portanto, não está em expressá-los", o termo "mal" tem o mesmo sentido e pertence à mesma classe de palavra que "mal" na seguinte frase: Expressa-se mal o conflito. |
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