Quem se mantém informado sobre os imensos problemas dos ecossistemas marinhos sabe que o homem está pescando muito mais do que o oceano consegue produzir, ameaçando muitas espécies de extinção. Em terra firme, avançam as fazendas industriais de frangos, porcos e vacas, e em algumas regiões, também as de peixes, que apresentam os mesmos problemas das primeiras: maus-tratos, contaminação, péssima qualidade. Tudo parece conspirar para que o consumo de peixe seja uma prática muito pouco sustentável – com exceção dos peixes que são criados em um parque na Espanha. Trata-se do parque natural Veta la Palma, em Sevilha, cujo modelo foi apresentado com eloquência pelo chef Dan Barber na última edição da prestigiada conferência TED [...]. Diferentemente das fazendas de aquicultura tradicionais, esta funciona por meio de um sistema natural que se retroalimenta de forma sustentável. Mais que um criadouro, é um parque natural que já se transformou em um dos maiores santuários de aves da Europa. Em Veta la Palma, os peixes não são alimentados de forma artificial (já que o ecossistema saudável permite que se alimentem sozinhos), aceita-se que cerca de 20% dos peixes sejam comidos por flamingos e o sistema é tão saudável que a água é purificada pela corrente do rio Guadalquivir. “Esta é uma receita para o futuro da boa alimentação, quer seja peixe ou gado. Precisamos de uma concepção radicalmente nova da agricultura, em que a comida de fato tenha um bom sabor”, ressalta Barber. E diante da usual pergunta sobre se este tipo de sistema poderia, de fato, alimentar o mundo, o chef é radical em sua resposta: “Hoje produzimos mais comida para alimentar mais pessoas, o problema é a desigualdade e a distribuição, não a quantidade de comida que produzimos. Esta pergunta tem determinado o destino de nossa produção nos últimos 50 anos, e, em todo este tempo, os negócios agropecuários diziam: ‘Se estamos alimentando mais gente por menos dinheiro, que mal há nisso?’ Mas isso é uma justificativa para o plano de negócios da agricultura norte-americana. Temos que chamá-lo pelo seu verdadeiro nome: um negócio, que está liquidando com o capital ecológico que torna possível a produção”, conclui. A questão da produção industrial de alimentos está na mira da comunidade verde há muito tempo, mas no ano passado uma série de filmes como Food Inc., Nação Fast Food e livros como Food Eating Animals reavivaram a discussão. Um público maior agora tem acesso a essas informações, o que pode levar a uma mudança de mentalidade dos consumidores, que podem escolher apoiar uma determinada forma de produção ao efetuar uma compra. Se trilharmos este caminho, podemos avançar em direção a um futuro onde a produção de alimentos seja benéfica tanto para o meio ambiente como para o estômago das pessoas.
ALVARADO, Paula. In: http://blogs.discoverybrasil.com / descubra o verde: 2010 / 03.
O sentido de: “onde a produção de alimentos seja benéfica tanto para o meio ambiente como para o estômago das pessoas" (linhas 50-52) altera-se sensivelmente com a substituição do termo em destaque por:
a)
quer para o meio ambiente, quer para o estômago das pessoas. |
b)
para o meio ambiente e para o estômago das pessoas. |
c)
não só para o meio ambiente como para o estômago das pessoas. |
d)
se não para o meio ambiente, para o estômago das pessoas. |
e)
para o meio ambiente, tanto quanto para o estômago das pessoas. |
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