Texto I
Pedro, dezenove anos de idade, procurou atendimento médico e relatou que há uma semana tem apresentado febre e dor articular no cotovelo direito, no tornozelo direito e no punho esquerdo (não simétrica e migratória). Nos últimos três dias, passou a apresentar dispneia ao executar atividades físicas menos intensas que as habituais e ortopneia, e relata sentir há dois dias dor precordial leve e contínua. Seu exame clínico mostrou palidez cutânea, aceitando mal o decúbito horizontal. O exame físico constatou temperatura axilar de 38,2 ºC, pressão arterial de 120 mmHg x 72 mmHg, frequência cardíaca de 110 bpm. Ictus cordis localizado no sétimo espaço intercostal esquerdo, na linha axilar média esquerda, com 5 cm de extensão, impulsivo, ritmo cardíaco regular e tríplice (por terceira bulha), bulhas hipofonéticas e taquicárdicas, presença de sopro holossistólico, mais bem audível no foco mitral, irradiado para região axilar, grau 3 (classificação de Levine), que não sofreu intensificação com a manobra de Mueller; na borda esternal esquerda baixa, foi auscultado atrito pericárdico. Havia estertores pulmonares em terços inferiores de ambos os hemitórax. Abdome livre e sem visceromegalias. Dor à palpação do cotovelo direito, sem sinais flogísticos. O eletrocardiograma (ECG) mostrou taquicardia sinusal, frequência ventricular média de 115 spm, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, sobrecarga de câmaras esquerdas, extrassístoles ventriculares isoladas e alterações difusas e secundárias da repolarização ventricular. O resultado das hemoculturas colhidas foi negativo. O hemograma evidenciou discreta leucocitose, sem anemia. Observaram-se aceleração da velocidade de hemossedimentação (VHS), elevação dos níveis séricos de antiestreptolisina O e de proteína C reativa.
Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.