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Comentários / Sergipe Gás S.A. - Assistente Administrativo - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2010 - Prova Objetiva


Quando auxiliar já é fazer

Há muita senhora que se refere a sua empregada doméstica como “minha auxiliar”. Evita a secura da palavra “empregada” por lhe parecer pejorativa ou politicamente incorreta. As mais sofisticadas chegam a se valer de “minha assistente” ou, ainda, “minha secretária” − em que ganham, por tabela, o status de executiva ou diretora de departamento. Mas fiquemos com “auxiliar”, e pensemos: auxiliar exatamente em qual tarefa? Pois são muitos os casos em que a dona de casa não faz absolutamente nada, a não ser administrar aquilo em que sua “auxiliar” está de fato se empenhando: preparando o almoço, lavando e guardando a louça, limpando a casa, lavando e passando a roupa de toda a família etc.

É muito comum a situação de alguém pegar no batente, fazer todo o serviço pesado e ser identificado como “auxiliar”, ou “estagiário”, ou “assistente”, quando não tachado de “provisório” ou “experimental”. Não se trata de uma implicância com certas palavras; trata-se de reconhecer a condição injusta de quem faz o essencial como se cuidasse apenas do acessório. Lembro-me de que, no meu segundo ano de escola, a professora adoeceu no meio ano. Durante todo o segundo semestre foi substituída por uma jovem, que era identificada como “a substituta”. “Você está gostando da substituta?”. “Será que a substituta vai dar muita lição?”. Ela dava aulas tão bem ou melhor do que a primeira professora, mas não era reconhecida como mestra: estava condenada a ser “a substituta”.

Tais situações nos fazem pensar no reconhecimento que deixa de ser prestado a quem mais fez por merecer. Quando o freguês satisfeito elogia o proprietário de um restaurante pela ótima refeição, não estará se esquecendo de alguém? Valeume, a propósito, a lição de um amigo, quando, depois de um almoço num restaurante, comentei: “Boa cozinha!”. Ao que ele retrucou: “Bom cozinheiro!”. E será que esse cozinheiro tinha um bom “auxiliar”?

(Manuel Praxedes de Sá, inédito)

Questão:

É muito comum a situação de alguém pegar no batente, fazer todo o serviço pesado e ser identificado como "auxiliar" (...).

Reescrevendo-se a frase acima, de modo que ela comece com É banal que alguém (...), a complementação correta será:

Resposta errada
a)

pegasse no trabalho, faça todo o serviço pesado e era identificado como auxiliar.

Resposta errada
b)

pegaria no trabalho, faria todo o serviço pesado e seja identificado como auxiliar.

Resposta correta
c)

pegue no trabalho, faça todo o serviço pesado e seja identificado como auxiliar.

Resposta errada
d)

pegue no trabalho, faz todo o serviço pesado e é identificado como auxiliar.

Resposta errada
e)

pega no trabalho, faça todo o serviço pesado e fosse identificado como auxiliar.

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