Duzentos anos atrás, apenas 3% da população mundial viviam em cidades. Há um século, na esteira da Revolução Industrial, a porcentagem tinha subido para 13% − ainda uma minoria em um planeta essencialmente rural. Em algum momento deste ano, de acordo com estimativas das Nações Unidas, pela primeira vez na história o número de pessoas que vivem em áreas urbanas ultrapassará o de moradores do campo. Segundo o mesmo estudo, nas próximas décadas, praticamente todo o crescimento populacional do planeta ocorrerá nas cidades, nas quais viverão sete em cada dez pessoas em 2050. A população rural ainda deve aumentar nos próximos dez anos, antes de entrar em declínio gradativo.
O que move a humanidade em direção à vida de colméia? Desde cedo, a cidade teve o mérito de dar ao homem a possibilidade de evoluir além da luta pela sobrevivência pura e simples. Sua primeira função foi de local de proteção, de armazenagem de alimentos e de entreposto de trocas. A segurança urbana permitiu o desenvolvimento do trabalho especializado, que liberou as pessoas para se engajarem em atividades como as artes, a ciência, a religião e a inovação tecnológica. A lei é a essência da vida urbana desde os tempos babilônicos. Primeiro, porque as cidades são centros de comércio e essa atividade exige regulamentos. Segundo, porque elas atraem diferentes tipos de moradores, que precisam viver juntos e dependem de normas comuns de comportamento.
O lugar que melhor sintetiza a urbanização em escala global é a megalópole. Esse é o nome que se dá aos aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes. Um em cada 25 habitantes do planeta vive em uma das dezenove megalópoles existentes. Seus moradores desfrutam uma vasta gama de serviços especializados, comércio disponível noite e dia, programas culturais para todos os gostos, infinitas alternativas de lazer – mas o trânsito pode ser tão congestionado que se torna difícil usufruir as ofertas, ou a preocupação com a segurança é tal que obriga os pais a criar os filhos sob um controle extenuante. Essa situação é agravada pelo fato de quinze desses gigantes estarem localizados em países pobres ou emergentes.
(Adaptado de Thomaz Favero. Veja. 16 de abril de 2008, p.111)
Conclui-se corretamente do texto que:
a)
a vida em grandes cidades foi marcante no ritmo evolutivo da humanidade, por oferecer as melhores condições de vida com qualidade a uma coletividade. |
b)
os benefícios oferecidos pelas cidades às condições de vida acabam prejudicados por fatores decorrentes do aumento da população nos núcleos urbanos. |
c)
as melhores condições de vida de uma população ainda se traduzem em vantagens encontradas nas áreas rurais. |
d)
países mais pobres ou emergentes não têm condições de oferecer benefícios à população, embora neles também se encontrem grandes cidades. |
e)
as possibilidades de crescimento pessoal nem sempre se realizam nas condições desfavoráveis de concorrência na vida coletiva das áreas urbanas. |
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