Atenas, na Grécia Antiga, abrigou a primeira sociedade a acreditar em que a liberdade de expressão era essencial ao bom governo. Mais de 2.500 anos atrás, qualquer cidadão ateniense podia falar livremente à assembleia reunida perto da Acrópole. Todos ouviam. Decisões coletivas eram tomadas por meio do debate aberto e de argumentos racionais, no regime chamado de "democracia". Não é à toa que, em grego antigo, discurso e razão são a mesma palavra logos, de onde derivaram a lógica e o racionalismo. Hoje, a liberdade de expressão não é um conceito uniforme. Mesmo as sociedades ocidentais, tidas como livres, a interpretam de modos distintos. As mesmas manifestações contra etnias ou culturas podem ser proibidas na Europa, mas permitidas nos Estados Unidos. A internet encurtou as distâncias, tornou mais agudos os dilemas ? e mais urgentes as escolhas relativas à liberdade de expressão. À medida que governos e corporações digitais estabelecem controles sobre a informação, esvai-se o ideal da grande praça que traria, nos moldes atenienses, liberdade, democracia e racionalidade a bilhões de conectados.
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