1 As sociedades humanas são complexas e os seus membros se atraem ou se repelem em função de sua pertinência. Não existe o homem só, mesmo quando solitário. Para se 4 construir e entender-se, o homem precisa pertencer. Essa pertinência vai desde a linguagem, passa pelos grupos e classes sociais e invade as culturas, os saberes e, até mesmo, as 7 idiossincrasias. As sociedades não são essencialmente harmônicas. Elas sempre se estão transformando a partir dos conflitos e das contradições que as fazem mover-se e 10 transformar-se. Assim, as sociedades funcionam, muito mais, pela lógica das contradições do que pela lógica da identidade. À luz desses entendimentos é que os direitos humanos 13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos, que traduzem as transformações e os avanços históricos da 16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 19 de grupos sociais.
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).
Considerando as relações de coesão textual, assinale a opção correta a respeito do uso de pronomes no texto:
a)
O desenvolvimento do texto permite que o pronome "se" em "se repelem" (L.2) seja retirado e fique apenas subentendido. |
b)
O uso do pronome em "se construi " (L.3-4) e "entender-se" (L.4) mostra que deve ser usado o pronome também em "pertencer" (L.4): pertencer-se. |
c)
Na linha 9, preservam-se a coerência dos argumentos e a correção gramatical do texto ao se deslocar o pronome "as" para depois do verbo "fazem" do seguinte modo: fazem as mover-se. |
d)
A forma verbal "traduzem" (L.15) está flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome "que" (L.14) retoma a expressão no plural "leis ou códigos" (L.14). |
e)
Em "entendê-los" (L.16), o pronome substitui o vocábulo "conflitos" (L.14). |
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