Leia o texto abaixo e responda às questões
propostas.
Segurança
1 O ponto de venda mais forte do condomínio
era a sua segurança. Havia as mais belas casas, os
jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia,
acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada
por um muro alto. Havia um portão principal com
muitos guardas que controlavam tudo por um
circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio
os proprietários e visitantes devidamente
identificados e crachados.
2 Mas os assaltos começaram assim mesmo.
Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas.
3 Os condôminos decidiram colocar torres
com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro
lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no
portão de entrada. Agora não só os visitantes eram
obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus
familiares também. Não passava ninguém pelo
portão sem se identificar para a guarda. Nem as
babás. Nem os bebês.
4 Mas os assaltos continuaram.
5 Decidiram eletrificar os muros. Houve
protestos, mas no fim todos concordaram. O mais
importante era a segurança. Quem tocasse no fio
de alta tensão em cima do muro morreria
eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local
um batalhão de guardas com ordens de atirar para
matar.
6 Mas os assaltos continuaram.
7 Grades nas janelas de todas as casas. Era
o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os
altos muros, e o fio de alta-ensão, e as patrulhas, e
os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado,
erguida dentro do perímetro, não conseguiriam
entrar nas casas. Todas as janelas foram
engradadas.
8 Mas os assaltos continuaram.
9 Foi feito um apelo para que as pessoas
saíssem de casa o mínimo possível. Dois
assaltantes tinham entrado no condomínio no banco
de trás do carro de um proprietário, com um
revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a
casa, depois saíram no carro roubado, com crachás
roubados. Além do controle das entradas, passou a
ser feito um rigoroso controle das saídas. Para sair,
só com um exame demorado do crachá e com
autorização expressa da guarda, que não queria
conversa nem aceitava suborno.
10 Mas os assaltos continuaram.
11 Foi reforçada a guarda. Construíram uma
terceira cerca. As famílias de mais posses, com
mais coisas para serem roubadas, mudaram-se
para uma chamada área de segurança máxima. E
foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode
entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num
local predeterminado pela guarda, sob sua severa
vigilância e por curtos períodos.
12 E ninguém pode sair.
13 Agora, a segurança é completa. Não tem
havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo
seu patrimônio. Os ladrões que passam pela
calçada só conseguem espiar através do grande
portão de ferro e talvez avistar um ou outro
condômino agarrado às grades da sua casa,
olhando melancolicamente para a rua.
14 Mas surgiu outro problema.
15 As tentativas de fuga. E há motins
constantes de condôminos que tentam de qualquer
maneira atingir a liberdade.
16 A guarda tem sido obrigada a agir com
energia.
(VERÍSSIMO, Luiz Fernando. http://www.passeiweb.com/estudos
/livros/comedias_para_se_ler_na_escola)
Pode-se depreender da leitura do 11º
parágrafo em diante do texto que, após serem
tomadas as medidas para impedir a entrada e a
saída de pessoas do condomínio, acabando com os
assaltos, alguns condôminos se amotinavam e
tentavam fugir por se sentirem:
a)
ainda ameaçados de serem vítimas de novos assaltos. |
b)
impedidos de exercer o direito de ir e vir. |
c)
totalmente desolados com o excesso de segurança. |
d)
prejudicados no exercício de seus direitos legais como proprietários. |
e)
aborrecidos por não poderem usufruir das áreas de lazer do condomínio. |
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