Lacerda (2010) aborda, em seu artigo, que um discurso é sempre constituído por diversas linguagens sociais. Nesta perspectiva, a palavra não tem um sentido único, mas possui uma multiplicidade de sentidos, que são produzidos na enunciação, no acontecimento e na interação social. É exatamente neste terreno pantanoso e plural que atua o tradutor/intérprete, elegendo os sentidos que lhe parecem os mais promissores para serem transpostos para uma outra língua em cada processo tradutório. De acordo com o texto, a posição de um intérprete é a de
a) uma posição neutra, respeitando a estrutura linguística que, como consequência, pode-se deixar num segundo plano os aspectos culturais de ambas as línguas envolvidas no processotradutório.
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b) buscar a compreensão linguística em uma língua e na produ- ção estrutural na outra. Os conhecimentos do intérprete precisam ser básicos para que possa buscar os conceitos pretendidos pelo decodificador.
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c) alguém passivo, um profissional que verte de uma língua a outra, fazendo uma interlocução passiva que, buscando compreenderos sentidos pretendidos pelo locutor, justamente por ter uma escuta singular, elege aqueles mais pertinentes e os verte para a língua-fonte.
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d) interpretar de forma a atender o linguístico na atividade interpretativa. Os campos culturais e sociais podem ser desconsiderados quando se pretende compreender um enunciado. Para além do conhecimento da gramática da língua, importa conhecer os diferentes usos da linguagem escrita do enunciador.
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e) um interlocutor que, na situação discursiva, precisa fazer escolhas, eleger sentidos, para deles se apropriar e fazê-los chegar ao seu destinatário. Faz escolhas não para colocar suas impressões, mas suas impressões são fundamentais nas escolhas de sentido que faz para verter de uma língua a outra com a maior fidedignidade possível.
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