Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.
C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)
Está traduzida corretamente a seguinte expressão do texto:
a)
os antigos moralistas escreviam máximas / os filósofos da Antiguidade compunham poemas didáticos. |
b)
alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho / algo que se ajustasse exclusivamente à minha capacidade criativa. |
c)
em que estas anotações vadias foram feitas / nos quais estes breves e casuais escritos foram registrados. |
d)
sem que pretenda convencê-lo do que penso / negando que ele aceite meus pensamentos. |
e)
São palavras que [...] aspiram a enveredar pelo avesso das coisas / são termos que concretizam o desejo de desnudar só o lado nocivo das coisas. |
Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.