Moradores de Copacabana, comprai vossos peixes na Peixaria Bolívar, Rua Bolívar 70, de propriedade do Sr. Francisco Mandarino. Porque eis que ele é um homem de bem.
O caso foi que lhe mandaram uma tartaruga de cerca de 150 quilos, dois metros e (dizem) 200 anos, a qual ele expôs em sua peixaria durante três dias e não a quis vender; e a levou até a praia, e a soltou no mar.
Havia um poeta dormindo dentro do comerciante, e ele reverenciou a vida e a liberdade na imagem de uma tartaruga.
***
Não mateis a tartaruga.
(...)
(Rubem Braga, 200 Crônicas escolhidas. 3.ª ed. Rio de Janeiro, Record, 1998, p.242)
Havia um poeta dormindo dentro do comerciante, e ele reverenciou a vida e a liberdade na imagem de uma tartaruga.
Com a frase acima, o autor:
a)
sugere que no interior de todo comerciante há um poeta adormecido, pronto a abrir mão do lucro a favor da preservação da vida. |
b)
aproxima a poesia do comércio, mostrando como uma e outro, ainda que de modos distintos, nutrem grande respeito pela vida e pela liberdade. |
c)
demonstra que a atividade comercial é de todo incompatível com a poesia, isto é, com o cultivo da vida e da liberdade. |
d)
associa a poesia à veneração da vida e da liberdade acima de quaisquer benefícios econômicos que possam advir da atividade comercial. |
e)
alude à desvalorização da poesia por meio da figura do poeta que, não tendo como viver de seu verdadeiro ofício, passou a dedicar-se ao comércio. |
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