Quando dizemos que alguém está muito seguro de si, estamos nos referindo à sua invejável estabilidade psicológica, ou ao seu equilíbrio emocional, ou à convicção que tem acerca de suas ideias. Ao comprar um carro, somos aconselhados (quando não compelidos) a fazer um seguro. E nunca faltará quem nos lembre que é preciso dirigir com segurança. Travar as portas e manter os vidros fechados também ajuda a nos sentir mais seguros.
Todas essas acepções de segurança estão na ordem do dia, numa época em que os cidadãos se sentem mais e mais ameaçados. Em outros tempos, a questão da segurança pouco surgia em discursos de candidatos políticos, e não era tomada como uma das prioridades na pauta dos desafios nacionais, ao lado da educação e da saúde. Mas desde que as mais variadas formas de violência urbana passaram a se multiplicar, adquirindo proporções jamais vistas, o direito à segurança foi para o centro das preocupações dos governantes.
O grande dilema que costuma acompanhar as medidas que visam a garantir um patamar mínimo de segurança para os indivíduos está em que essa busca de garantia implica algumas restrições à liberdade individual: portas eletrônicas e câmeras diuturnamente vigilantes, por exemplo, representam um tipo de controle que muitos julgam abusivo, por ferir a privacidade do cidadão. O contra-argumento não tarda: “há pior invasão de privacidade que um assalto ou sequestro?" O fato é que as normas de segurança estão cada vez mais rigorosas, e há cada vez menos pessoas que se insurgem contra elas. Somos obrigados a reconhecer que os indiscutíveis avanços da ciência e da tecnologia não estão sendo acompanhados de correspondente aperfeiçoamento do convívio social. Sentir-se seguro continua sendo um direito de todos, mas é sintomático que hoje esse sentimento já esteja identificado como uma das metas da administração pública em todos os seus níveis.
(Tarcísio do Amaral, inédito)
Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
a)
Ninguém imaginava que chegou a esse ponto nosso nível de insegurança. |
b)
Alguém imaginaria que nosso nível de insegurança alcançasse este patamar? |
c)
Era de se prever que nosso nível de insegurança chegava ao ponto em que está. |
d)
Espera-se que o nível de insegurança não atinge um patamar ainda mais alto. |
e)
Sempre haverá os que julguem aceitável este baixo nível de segurança que atingíssemos. |
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