1 A possibilidade de alguém sair às ruas do Cairo para 2 protestar contra o presidente Hosni Mubarak em 1998, ano em 3 que o jornalista norte-americano de origem egípcia Abdalla 4 Hassan se mudou para a cidade, era, nas palavras dele, 5 "simplesmente impensável". "No máximo, culpava-se o 6 primeiro-ministro, jamais o presidente", disse Hassan, 7 enquanto os protestos se espalhavam pelas ruas da capital 8 egípcia. Seu depoimento dá a dimensão do medo imposto pelo 9 ditador, que permaneceu 30 anos no poder - e quão 10 espetaculares e inesperados foram os eventos no Cairo e em 11 cidades como Suez e Alexandria. Multidões sublevadas saíram 12 pelas ruas clamando por melhores condições de vida, emprego 13 e, sobretudo, pelo fim do regime de Mubarak. Para deter as 14 manifestações, o ditador desativou a Internet, cortou a telefonia 15 celular e ocupou estações de rádio e TV. Decretou toque de 16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana 17 terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior 18 aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe. 19 Se Mubarak caísse, o que viria em seu lugar - uma 20 democracia moderna ou uma teocracia islâmica como a do Irã? 21 A resposta a essa pergunta é crucial para toda a região. Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).
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