No próximo mês de dezembro, as Américas contabilizarão a ocorrência de 21 milhões de mortes na primeira década do século XXI por doenças crônicas. No mundo inteiro, a hipertensão, o diabetes, o acidente vascular cerebral (AVC), as doenças cardíacas e os cânceres já são responsáveis por dois terços de todas as mortes que ocorrem, com algum impacto sobre os sistemas de saúde e sobre as sociedades. Alguns mitos sobre as doenças crônicas distorcem a percepção social da sua gravidade e retardam o fortalecimento de programas abrangentes, integrados por medidas preventivas e de ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno. O primeiro mito é o de que as doenças crônicas matam pessoas que já são muito idosas. É falsa a ideia de que as mortes por doenças crônicas são sempre o desfecho natural de uma longa vida, especialmente nos países em desenvolvimento. Outro mito sobre essas doenças é o de que não temos como preveni-las, já que não existem vacinas. Ao contrário, ações de promoção da saúde, de redução dos fatores de risco e de aumento da cobertura do diagnóstico precoce são capazes de prevenir a ocorrência e a mortalidade por várias doenças crônicas. O terceiro mito é o de que as doenças crônicas são doenças de ricos, e, por isso, os países em desenvolvimento e os pobres ainda não precisam se preocupar com elas. Os fatos apontam para outra direção. Os países de média e baixa renda respondem por 80% de todas as mortes registradas no mundo por doenças crônicas e apresentam tendência crescente. A explicação não é difícil. Os principais fatores de risco para doenças crônicas, como o tabagismo, a obesidade, o consumo deficiente de frutas e verduras e o sedentarismo, mostram tendência de crescimento nos mais pobres e menos educados. O diagnóstico precoce também é menos frequente entre os mais pobres, que têm mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Jarbas Barbosa da Silva Jr. Mitos e verdades sobre as doenças crônicas. In: Folha de S.Paulo, 25/4/2010, p. A3 (com adaptações)
Assinale a opção correta acerca da estrutura e das ideias do texto:
a)
O desenvolvimento do texto obedece à seguinte estrutura: parágrafos 1 e 2: apresentação de dados estatísticos de mortes por doenças crônicas; parágrafos de 3 a 6: exposição de três mitos sobre as doenças crônicas; parágrafos de 7 a 9: recomendações para a diminuição dessas mortes. |
b)
O seguinte título, por conter a ideia central do texto, poderia ser nele utilizado: Os sistemas de saúde dos países americanos e a cura de doenças. |
c)
Quanto ao gênero, o texto poderia ser corretamente classificado como argumentativo-narrativo, pela defesa do ponto de vista do autor entremeada de histórias de vida. |
d)
O texto estaria corretamente resumido da seguinte forma: O autor menciona alguns mitos que cercam as doenças crônicas, relaciona-as a fatores etários e mostra como reverter a tendência de aumento do número de mortes por essas doenças no mundo. |
e)
niciar o texto com a apresentação de números significativamente elevados, como faz o autor nos dois primeiros parágrafos (21 milhões de mortes nas Américas e dois terços no mundo inteiro provocadas por doenças crônicas), é uma forma de atrair a atenção do leitor para a gravidade do assunto de que se vai tratar. |
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