1 Na cultura ocidental, a sociedade, em todos os níveis, é sempre pensada com base nas relações de governo, ou seja, sob o pressuposto de um corpo social dividido entre uma elite que governa 4 e uma massa que é governada. Desde a Grécia Clássica, o ocidente sempre tomou a divisão social entre governantes e governados como essência da sociedade. A divisão e a desigualdade fariam parte da 7 estrutura ontológica de qualquer sociedade e a dominação política lhe seria consubstancial. Era assim que os europeus que aqui passaram ou se estabeleceram, nos séculos XVI, XVII e XVIII, 10 significavam a sociedade. Para eles, a ausência de uma máquina governamental e mesmo a ausência de um princípio de governo nas sociedades indígenas despontavam como uma diferença notável em 13 relação ao que concebiam como sociedade organizada. Como interpretar a alteridade organizacional que se apresentava diante de olhos obnubilados pelo princípio da divisão? Ou aceitavam que a 16 divisão não era inerente à sociedade e passavam a desconfiar de suas lentes e a desnaturalizar seu ponto de vista, ou decidiam que um agrupamento indiviso, com chefe que não manda e povo que não 19 obedece, não pode ser uma sociedade. Logicamente, foi a segunda interpretação que vingou.
Maria Inês P. Cox. A noção de etnocídio: para pensar a questão do silenciamento das línguas indígenas no Brasil.
In: Polifonia, v. 12, n.º 1. Cuiabá: EdFMT, 2006, p. 70-1 (com adaptações).
Apesar da alteração nas relações de sentido, preservam-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto ao se substituir:
a)
“de um” (L.3) por que um. |
b)
“lhe seria” (L.8) por seria-lhe. |
c)
“Era assim” (L.8) por Assim. |
d)
“concebiam” (L.13) por se concebia. |
e)
“pode” (L.19) por possa. |
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