1 Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos
2 nosso cotidiano em contínua imbricação com o ser de outros.
3 Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo,
4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano
5 como um contínuo devir de experiências individuais
6 intransferíveis. Isso admitimos como algo indubitável. Ser
7 social e ser individual parecem condições contraditórias da
8 existência. De fato, boa parte da história política, econômica e
9 cultural da humanidade, particularmente durante os últimos
10 duzentos anos no ocidente, tem a ver com esse dilema. Assim,
11 distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes
12 ideologias do humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa
13 dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses
14 individuais aos interesses sociais, ou, ao contrário, afastando o
15 ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. Além
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas
17 teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos
18 fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma
19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou
20 espiritual do humano.
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a
ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).
A respeito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto, julgue o(s) item(ns) a seguir:
não entendi a questão
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