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Comentários / Bahiagás - Analista de Processos Organizacionais - Administração - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2010 - Prova Objetiva


O mito de Prometeu

Os mitos − narrativas pelas quais os antigos buscavam explicar, simbolicamente, os principais acontecimentos da vida − continuam sugerindo lições, mesmo depois de a ciência ter encontrado explicação para tantos fenômenos. O mito de Prometeu, por exemplo, é um dos mais belos: fala de um titã que resolveu ensinar às criaturas o manejo do arado, a cunhagem das moedas, a escrita, a extração de minérios. Mas sobretudo lhes estendeu o poder e o uso do fogo, que furtou do Olimpo e que passou a ser o marco inicial da civilização.

Zeus irritou-se com a ousadia de Prometeu e condenouo, como punição por ter possibilitado aos homens um poder divino, ao flagelo de ficar acorrentado a um penhasco do monte Cáucaso, sendo o fígado devorado por uma águia diariamente (os órgãos dos titãs se regeneram). Seu sofrimento durou várias eras, até que Hércules, compadecido, abateu a águia e livrou Prometeu de seu suplício. Entretanto, para que a vontade de Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte − pelo que se poderia dizer que ele continuava preso ao Cáucaso.

É um mito significativo e, como todo mito, deve ser sempre reinterpretado, a cada época, em função de um novo contexto histórico. Em nossos dias, Prometeu acorrentado e punido pode lembrar-nos os riscos do progresso, as perigosas consequências da tecnologia mal empregada, as catástrofes, em suma, que podem advir do abuso do fogo (como não pensar na bomba atômica, por exemplo?).

Os pais sempre aconselham os filhos pequenos a “não brincarem com o fogo”. Claro que o aviso é específico, e se aplica diretamente ao medo de que ocorram queimaduras. Mas não deixa de ser interessante pensar que, se alguém não tivesse, qual Prometeu, “brincado” com o fogo, dominando-o, a humanidade não teria dado o primeiro passo no rumo da civilização.

(Euclides Saturnino, inédito)

Questão:

Os mitos nos acompanham ao longo do tempo, por isso é preciso dar aos mitos a atenção que requerem. Porque haveremos de tratar os mitos como se fossem embustes, em vez de reconhecer nos mitos a simbologia inspiradora?

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo- se os elementos sublinhados, respectivamente, por:

Resposta correta
a)

dar-lhes - os tratar - neles reconhecer

Resposta errada
b)

dar-lhes - tratar-lhes - reconhecê-los

Resposta errada
c)

dá-los - os tratar - lhes reconhecer

Resposta errada
d)

lhes dar - tratar a eles - os reconhecer

Resposta errada
e)

dar a eles - lhes tratar - reconhecer neles

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