A busca por explicações para os diversos matizes da personalidade mobiliza a ciência e a filosofia desde a Antiguidade. Na Grécia, Hipócrates, o pai da medicina, descreveu quatro tipos de personalidade, de acordo com a presença de determinadas substâncias no organismo. No Renascimento e na era moderna, o debate se deu principalmente em torno do grau de responsabilidade que a natureza e o ambiente teriam na formação da personalidade. Por todo o século XX, muitos pensadores se agarraram à tese de que o ser humano é produto apenas do ambiente. Com frequência, esse posiciona- mento era uma reação à série de barbaridades cometidas nos Estados Unidos e em vários países da Europa com o intuito de promover limpezas étnicas – e evitar que ciganos, homossexuais ou quaisquer "indesejados" transmitissem seus genes aos seus descendentes. O apogeu dessa barbárie, evidentemente, ocorreu na Alemanha nazista.
A descoberta da estrutura do DNA, em 1953, e o mapeamento completo do genoma humano, em 2003, abriram um campo de exploração sem precedentes para entender as origens biológicas da personalidade. Hoje se sabe que os comportamentos dependem da interação entre fatores genéticos e ambientais. Além disso, as descobertas mais recentes nesse campo mostram que a influência dos hábitos e do estilo de vida de cada um na ação dos genes é maior do que se pensava. Pessoas com genes associados à depressão têm mais probabilidade de desenvolver a doença se forem expostas a eventos traumáticos durante a vida. Do mesmo modo, indivíduos com dificuldade no metabolismo do álcool não vão se tornar automaticamente abstêmios.
Devido à descoberta do gene do otimismo – uma variação do gene responsável pelo transporte da serotonina, neurotransmissor associado a sensações como o bem-estar e a felicidade –, a geneticista Mayana Zatz afirma: é possível que, de agora em diante, tenhamos de ser mais tolerantes com quem teima em ver apenas o lado negativo do mundo. Afinal, essa atitude, em parte, está nos genes.
(Adaptado de Leandro Beguoci. Veja, 6 de maio de 2009, p. 132-134)
O apogeu dessa barbárie, evidentemente, ocorreu na Alemanha nazista. (final do 1.º parágrafo).
O sentido original da afirmativa acima está corretamente reproduzido, com outras palavras, considerando-se o contexto, em:
a)
As ações políticas, especialmente contra a Alemanha, foram um acontecimento marcante durante todo o período nazista. |
b)
O posicionamento político nascido na Alemanha nazista resultou de descobertas científicas na área do comportamento humano. |
c)
O auge da promoção da limpeza étnica, uma das maiores atrocidades, aconteceu durante o regime nazista na Alemanha. |
d)
O exemplo oferecido pela Alemanha nazista ignora os eventos traumáticos a que muitas pessoas podem ser submetidas. |
e)
Na Alemanha nazista, tornou-se possível comprovar a validade das teorias científicas, apesar dos horrores da guerra. |
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