1 A noção de escolha remete a uma complexa questão de ética contemporânea, que consiste em saber como escolher o que é bom para si mesmo sem entrar em 4 rota de colisão com o que é bom para o outro e o melhor para todos. Ou ainda: como saber se as escolhas que governam nossas práticas diárias podem ser adequadas ao 7 que nos parece melhor para o conjunto de nossas vidas? Em última análise, isso quer dizer que há um descompasso entre as decisões pessoais, as funções desempenhadas 10 (profissões, papéis) e os fins últimos perseguidos. Como resolvê-lo? Aristóteles deteve-se em um tipo de argumentação 13 em que deliberar consistia em escolher entre os melhores meios para a consecução de determinado fim. Em vista disso, o pensador francês Paul Ricoeur preocupa-se em 16 reconstituir a ligação entre esses âmbitos diferenciados de ação. Para tanto, ele se vale de duas noções neoaristotélicas: os padrões de excelência e a unidade 19 narrativa de vida. Os padrões de excelência são regras de comparação que encarnam os ideais de cada prática, função 22 ou profissão. Quando aplicadas a resultados diferentes, elas permitem integrar coerentemente as ações parciais na totalidade mais vasta dos planos de vida (família, lazer, 25 associações), das profissões e, por fim, de uma mesma narrativa de vida.
Noeli Dutra Rossatto. Presença do outro e interpretação. In: Mente,
Cérebro & Filosofia. Duetto editorial, p. 29 (com adaptações).
Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto acima, julgue o(s) item(ns).
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