1 Na vida e na história real, toda cultura é plural, é um complexo de práticas, crenças e valores em contínua transformação, sempre a criar e destruir elementos, a adotar 4 novos itens de estranhos ou transmitir-lhes os seus próprios e em permanente conflito interno. Cada identidade pessoal forma-se, inevitavelmente, tendo como referência um complexo 7 cultural recebido, mas de maneira igualmente inevitável conflita com ele em busca de desenvolvimento e mudança, recorrendo à própria criatividade ou inovações “de fora”. 10 “Identidade” não é tanto o que se tem de igual (a outros indivíduos formados por influências culturais semelhantes) quanto o que se tem de diferente. Não se deve defender a 13 pureza e a eternidade de uma cultura, dominante ou oprimida, mas a igualdade e o respeito entre portadores de diferentes tradições e criadores de novas ideias e sínteses.
Antonio Luiz M. C. Costa. A cultura da barbárie. In: CartaCapital, 10/ago./2011, p. 50-1 (com adaptações).
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