1 Os seguidores de Ned Ludd, chamados luditas, trabalhadores da indústria têxtil inglesa, se revoltaram contra a invenção de teares automatizados, que ameaçavam seus 4 empregos, no começo do século XIX, e pregaram a destruição de todas as máquinas que substituíssem o trabalho humano. A história social e econômica dos Estados Unidos da América 7 se divide em antes e depois da massificação, pela Ford, da produção dos seus carros — que empestavam o ambiente, além de assustar os cavalos, e, por isso, foram duramente 10 combatidos. Reações a novidades tecnológicas se repetem ao longo da história, movidas pelo medo à obsolescência, como no caso 13 dos luditas, incompreensão ou apego ao passado. O capítulo mais recente e mais curioso dessa briga é a decisão do governo inglês de restringir o uso, no país, das redes sociais, que todo 16 o mundo achava maravilhosas até revelarem um potencial subversivo que ninguém previra. Enquanto twitter e facebook animaram as revoltas contra os déspotas e por aberturas 19 democráticas nas ruas árabes, tudo bem. Eram as redes sociais, o produto mais moderno da engenhosidade humana, usadas para modernizar sociedades atrasadas. Mas descobriram que os 22 quebra-quebras e queima-queimas nas ruas inglesas estavam sendo, em grande parte, também tramados na Internet. Epa — ou o equivalente em inglês — disseram os ingleses. Aqui não. 25 Conservadores e trabalhistas se uniram para condenar a violência e o vandalismo e negar qualquer outra motivação, além de banditismo nato, para a rebelião. E todos, 28 presumivelmente, concordaram com as medidas do governo para evitar novos distúrbios, incluindo o controle das redes sociais. Resta saber se o controle ainda é possível. O monstro 31 talvez não seja mais domável. Já acabou com qualquer pretensão a se manterem segredos oficiais secretos, já invadiu a privacidade de meio mundo e já sentiu o gosto do sucesso 34 como instigador de revoltas — sem falar que ninguém mais consegue viver sem ele. Agora pode não haver mais o que fazer. Se tivessem 37 parado na invenção do trem...
Luís Fernando Veríssimo. Internet: <www.estadao.com.br noticias> (com adaptações).
Levando-se em consideração o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o vocábulo “têxtil” (L.2), que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil, é acentuado também na forma plural; “obsolescência” (L.12) é vocábulo que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de sinal de acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” (L.18) também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular.
Certa. |
Errada. |
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