O jornalismo não existe desde sempre. Ele não nasceu com a linguagem, como supõem alguns, embora o gosto pelas boas histórias tenha nascido mais ou menos aí, quando um humano balbuciou suas primeiras expressões. O jornalismo também não foi instaurado pelo Império Romano. Não nasceu com a Bíblia ou na Grécia Antiga. A narrativa jornalística passou a ser socialmente possível apenas a partir de uma passagem histórica: a invenção da democracia.
Trata-se de um corte no tempo. A invenção da democracia e da república, na era moderna, estabelece uma linha divisória. Só a partir daí é que ganha sentido a convicção coletiva de que todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido. O que surge nesse momento é o direito do cidadão de ser informado sobre os assuntos de interesse público. Desde então, as informações sobre o poder devem ser publicadas porque correspondem ao direito dos governados — não porque realizem os interesses de divulgação dos governantes.
Naquele momento histórico, o da invenção da democracia moderna, o cidadão conquistou esse direito — de saber dos pormenores da gestão do Estado. A razão era muito simples: cabia a ele, cidadão, delegar o poder. Como o cidadão é a fonte do poder, o direito à informação precisa existir. Se não houver o direito à informação, a democracia não funcionará bem, pois a qualidade da decisão do cidadão no momento em que ele for delegar o poder será prejudicada.
Idem, ibidem (com adaptações).
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