Vivemos na muito alardeada Era da Informação. Por cortesia da internet, temos a impressão de ter acesso imediato a tudo que alguém poderia querer saber. Certamente somos mais bem informados em história, ao menos quantitativamente. Há trilhões e trilhões de bytes circulando no éter – tudo para ser colhido e ser objeto de pensamento.
E é precisamente esta a questão. No passado, nós colhíamos informações não só para saber as coisas. Isso era apenas o começo. Nós também colhíamos informações para convertê-las em alguma coisa maior que fatos e, em última análise, mais útil: em ideias que explicavam as informações. Buscávamos não só apreender o mundo, mas realmente compreendê-lo, que é a função primordial das ideias. Grandes ideias explicam o mundo e nos explicam uns aos outros.
Karl Marx chamou a atenção para a relação entre meios de produção e nossos sistemas sociais e políticos. Sigmund Freud nos ensinou a explorar nossas mentes como meio para compreender nossas emoções e comportamentos. Einstein reescreveu a física. Mais recentemente, Marshall McLuhan teorizou sobre a natureza da comunicação moderna e seu efeito na vida contemporânea. Essas ideias permitiram que nos desprendêssemos de nossa existência e tentássemos responder às grandes e atemorizantes questões de nossas vidas.
Mas se a informação foi um dia um alimento de ideias, na última década ela se tornou sua concorrente. Preferimos conhecer a pensar porque o conhecer tem mais valor imediato. Ele nos mantém "por dentro", nos mantém conectados com nossos amigos e nossa tribo. As ideias são tão etéreas, tão pouco práticas, trabalho demais para recompensa de menos. Poucos falam ideias. Todos falam informação, geralmente informação pessoal.
[Neal Gabler (The New York Times, trad. de Celso M. Paciornik), A22, Internacional.
O Estado de S. Paulo, 21 de agosto de 2011, com adaptações]
E é precisamente esta a questão. (2.º parágrafo)
A questão apontada refere-se à
a)
superioridade do número de informações trazidas pelos meios de comunicação disponíveis atualmente sobre as grandes ideias do passado, que perderam parte de seu valor no mundo moderno. |
b)
convicção de que será possível retomar as grandes teorias formuladas por célebres pensadores a partir de um conhecimento histórico mais amplo, a ser oferecido pelos atuais sistemas de comunicação. |
c)
observação a respeito da enorme quantidade de informações disponíveis à curiosidade de qualquer pessoa e da pouca disposição para uma análise mais aprofundada do conteúdo trazido por essas mesmas informações. |
d)
valorização de todo o trabalho desenvolvido por grandes pensadores que vêm tentando explicar fenômenos da realidade que nos cerca, bem como as relações inerentes a toda a vida em sociedade. |
e)
importância da internet no mundo moderno, que permitiu a universalização do conhecimento, dando margem ao aprofundamento das discussões concernentes às relações humanas. |
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